terça-feira, 31 de maio de 2016

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Quarta-feira, dia 01 de Junho de 2016

Quarta-feira da 9ª semana do Tempo Comum

S. Justino, mártir, +167

Comentário do dia
Catecismo da Igreja Católica: «Ele não é Deus dos mortos mas dos vivos»

2 Tim. 1,1-3.6-12.

Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus, para anunciar a promessa da vida que está em Cristo Jesus,
a Timóteo, meu filho caríssimo: a graça, a misericórdia e a paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, Nosso Senhor.
Dou graças a Deus, a quem sirvo com pura consciência, a exemplo dos meus antepassados, quando, noite e dia, sem cessar, me recordo de ti nas minhas orações.
Por isso te exorto a que reanimes o dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos.
Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de caridade e moderação.
Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor, nem te envergonhes de mim, seu prisioneiro; mas sofre comigo pelo Evangelho, confiando no poder de Deus.
Ele salvou-nos e chamou-nos à santidade, não em virtude das nossas obras, mas do seu próprio desígnio e da sua graça. Esta graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, desde toda a eternidade,
manifestou-se agora pelo aparecimento de Cristo Jesus, nosso Salvador, que destruiu a morte e fez brilhar a vida e a imortalidade, por meio do Evangelho,
do qual eu fui constituído pregador, apóstolo e mestre.
É por esse motivo que eu suporto os sofrimentos, mas não me envergonho; porque sei em quem pus a minha confiança e estou certo de que Deus tem poder para guardar a missão que me foi confiada até ao último dia.


Marcos 12,18-27.

Naquele tempo, foram ter com Jesus alguns saduceus – que afirmam não haver ressurreição – e perguntaram-lhe:
«Mestre, Moisés deixou-nos escrito: 'Se morrer a alguém um irmão, que deixe esposa sem filhos, esse homem deve casar-se com a viúva, para dar descendência a seu irmão'.
Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem deixar descendência.
O segundo casou com a viúva e também morreu sem deixar descendência. O mesmo sucedeu ao terceiro.
E nenhum dos sete deixou descendência. Por fim morreu também a mulher.
Na ressurreição, quando voltarem à vida, de qual deles será ela esposa? Porque todos os sete se casaram com ela».
Disse-lhes Jesus: «Não andareis vós enganados, ignorando as Escrituras e o poder de Deus?
Na verdade, quando ressuscitarem dos mortos, nem eles se casam, nem elas são dadas em casamento; mas serão como os Anjos nos Céus.
Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes no Livro de Moisés, no episódio da sarça ardente, como Deus disse: 'Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob'?
Ele não é Deus de mortos, mas de vivos. Vós andais muito enganados».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Catecismo da Igreja Católica
§§ 988-994

«Ele não é Deus dos mortos mas dos vivos»

«CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE»

O Credo cristão — profissão da nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e na sua ação criadora, salvadora e santificadora — culmina na proclamação da ressurreição dos mortos no fim dos tempos, e na vida eterna. Nós cremos e esperamos firmemente que, tal como Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos e vive para sempre, assim também os justos, depois da morte, viverão para sempre com Cristo ressuscitado, e que Ele os ressuscitará no último dia. Tal como a dele, também a nossa ressurreição será obra da Santíssima Trindade. [...] A palavra «carne» designa o homem na sua condição de fraqueza e mortalidade. «Ressurreição da carne» significa que, depois da morte, não haverá somente a vida da alma imortal, mas também os nossos «corpos mortais» (Rom 8,11) retomarão a vida.

Crer na ressurreição dos mortos foi, desde o princípio, um elemento essencial da fé cristã. «A ressurreição dos mortos é a fé dos cristãos: é por crer nela que somos cristãos» (Tertuliano). [...] A ressurreição dos mortos foi revelada progressivamente por Deus ao seu povo. A esperança na ressurreição corporal dos mortos impôs-se como consequência intrínseca da fé num Deus criador do homem todo, alma e corpo. O Criador do céu e da terra é também Aquele que mantém fielmente a sua aliança com Abraão e a sua descendência. É nesta dupla perspetiva que começa a exprimir-se a fé na ressurreição. [...]  

Os fariseus e muitos contemporâneos do Senhor esperavam a ressurreição. Jesus ensina-a firmemente. E aos saduceus, que a negavam, responde: «Não andareis enganados, ignorando as Escrituras e o poder de Deus?» (Mc 12,24). A fé na ressurreição assenta na fé em Deus, que «não é Deus de mortos, mas de vivos» (Mc 12,27). Mas há mais: Jesus liga a fé na ressurreição à sua própria pessoa: «Eu sou a Ressurreição e a Vida» (Jo 11,25). É o próprio Jesus que, no último dia, há-de ressuscitar os que nele tiverem acreditado, comido o seu Corpo e bebido o seu Sangue (Jo 6, 40.54).







segunda-feira, 30 de maio de 2016

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Terça-feira, dia 31 de Maio de 2016

Visitação de Nossa Senhora - Festa
Visitação de Nossa Senhora

S. Raimundo Nonato, escravo mercedário, +1240

Comentário do dia
Homilia grega do século IV: «Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»

Sofonias 3,14-18a.

Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel. Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém.
O Senhor revogou a sentença que te condenava, afastou os teus inimigos. O Senhor, Deus de Israel, está no meio de ti e já não temerás nenhum mal.
Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém: «Não temas, Sião, não desfaleçam as tuas mãos.
O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador. Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa,
como nos dias de festa».


Lucas 1,39-56.

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».
Maria disse então:
«A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome.
A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem.
Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.
Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre».
Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Homilia grega do século IV
n.º 2

«Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»

«Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo.» Assim opera a voz de Maria: enchendo Isabel do Espírito Santo. Qual fonte eterna, Ela anuncia a sua prima, em linguagem profética, um rio de graças, fazendo saltar e estremecer a criança que Isabel traz no seio, à imagem de uma dança maravilhosa! Quando Maria aparece, cumulada de graças, tudo transborda de alegria.

Então, Isabel soltou um grande brado e disse: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?» Tu és bendita entre as mulheres. tu és o princípio da sua regeneração. Tu abriste-nos o acesso ao paraíso e expulsaste as nossas dores antigas. Depois de ti, a multidão das mulheres não mais sofrerá. As herdeiras de Eva não mais temerão a sua maldição antiga, nem as dores da maternidade. Porque Jesus Cristo, o redentor da nossa humanidade, o Salvador de toda a natureza, o Adão espiritual que cura as feridas do homem terreno, Jesus Cristo sairá das tuas entranhas sagradas. «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.»







domingo, 29 de maio de 2016

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Segunda-feira, dia 30 de Maio de 2016

Segunda-feira da 9ª semana do Tempo Comum

Santa Joana d'Arc, virgem, mártir, (+ Rouen, França, 1431), Beata Matilde do Sagrado Coração Tellez Robles, religiosa, fundadora, +1902

Comentário do dia
Santa Catarina de Sena : «Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor» (Jo 15,1)

2 Pedro 1,2-7.

Caríssimos: A graça e a paz vos sejam dadas em abundância, pelo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor.
Jesus, com o seu divino poder, concedeu-nos tudo o que é necessário à vida e à piedade, fazendo-nos conhecer Aquele que nos chamou pela sua glória e virtude.
Assim, entramos na posse das maiores e mais preciosas promessas, para nos tornarmos participantes da natureza divina, livres da corrupção que a concupiscência gera no mundo.
Por este motivo, esforçai-vos quanto possível por juntar à vossa fé a virtude, à virtude a ciência,
à ciência a temperança, à temperança a constância, à constância a piedade,
à piedade o amor fraterno, ao amor fraterno a caridade.


Marcos 12,1-12.

Naquele tempo, Jesus começou a falar em parábolas aos príncipes dos sacerdotes, aos escribas e aos anciãos: «Um homem plantou uma vinha. Cercou-a com uma sebe, construiu um lagar e ergueu uma torre. Depois arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe.
Quando chegou o tempo, enviou um servo aos vinhateiros para receber deles uma parte dos frutos da vinha.
Os vinhateiros apoderaram-se do servo, espancaram-no e mandaram-no sem nada.
Enviou-lhes de novo outro servo. Também lhe bateram na cabeça e insultaram-no.
Enviou-lhes ainda outro, que eles mataram. Enviou-lhes muitos mais e eles espancaram uns e mataram outros.
O homem tinha ainda alguém para enviar: o seu querido filho; e enviou-o por último, dizendo consigo: «Respeitarão o meu filho».
Mas aqueles vinhateiros disseram entre si: «Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa».
Apoderaram-se dele, mataram-no e lançaram-no fora da vinha.
Que fará então o dono da vinha? Virá ele próprio para exterminar os vinhateiros e entregará a outros a sua vinha.
Não lestes esta passagem da Escritura: 'A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se pedra angular.
Isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos'?». Procuraram então prender Jesus, pois compreenderam que tinha dito para eles a parábola.
Mas tiveram receio da multidão e por isso deixaram-n'O e foram-se embora.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa
Diálogo, 24

«Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor» (Jo 15,1)

[Deus disse a santa Catarina:] Sabes o que Eu faço quando os meus servidores querem seguir a doutrina do doce Verbo do amor? Podo-os para que produzam muito fruto, e para que os seus frutos sejam doces e não voltem a ser silvestres. O agricultor limpa os ramos da vinha para que eles produzam um vinho melhor; não é isso que Eu faço, Eu que sou o verdadeiro agricultor? (Jo 15,1). Aos meus servidores que permanecem em Mim, limpo-os por meio de muitas atribulações, para que produzam frutos mais abundantes e melhores, e sejam comprovados na virtude; mas aos que permanecem estéreis corto-os e lanço ao fogo (Jo 15,6).

Os verdadeiros trabalhadores trabalham bem as suas almas: arrancam todo o amor-próprio e voltam à terra do seu amor por Mim, adubando e fazendo aumentar a semente da graça que receberam no santo batismo. Cultivando a sua vinha, cultivam também a do próximo; não podem cultivar uma sem a outra. Lembra-te sempre de que todo o mal e todo o bem se fazem por meio do próximo. É assim que sois meus agricultores, procedentes de Mim, o eterno agricultor. Fui Eu que vos uni e transferi para esta vinha, graças à união que estabeleci convosco. [...] Todos juntos, formais uma só vinha universal [...]; estais unidos na vinha do corpo místico da Santa Igreja, da qual extraís a vossa vida. Nesta vinha está plantada a cepa do meu Filho único, ao qual deveis estar ligados, para permanecerdes na vida.







sábado, 28 de maio de 2016

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Domingo, dia 29 de Maio de 2016

Domingo IX do Tempo Comum - Ano C
Nono Domingo do Tempo Comum - Ano C (semana I do saltério)

S. Félix de Nicósia, religioso, +1787, S. Fernando, rei de Leão e Castela, +1252

Comentário do dia
Santo Agostinho : «Mas diz uma palavra e o meu servo será curado»

1 Reis 8,41-43.

Naqueles dias, Salomão fez no templo a seguinte oração: «Quando um estrangeiro, embora não pertença ao vosso povo, Israel, vier aqui dum país distante por causa do vosso nome
– pois ouvirão falar do vosso grande nome, da vossa mão poderosa e do vosso braço estendido –, quando vier orar neste templo,
escutai-o do alto do Céu, onde habitais, e atendei os seus pedidos, a fim de que todos os povos da terra conheçam o vosso nome e Vos temam como o vosso povo, Israel, e saibam que o vosso nome é invocado neste templo que eu edifiquei».


Gálatas 1,1-2.6-10.

Irmãos: Paulo, apóstolo, não da parte dos homens, nem por intermédio de um homem, mas por mandato de Jesus Cristo e de Deus Pai, que O ressuscitou dos mortos,
e todos os irmãos que estão comigo, às Igrejas da Galácia:
Surpreende-me que tão depressa tenhais abandonado Aquele que vos chamou pela graça de Cristo, para passar a outro evangelho.
Não que haja outro evangelho; mas há pessoas que vos perturbam e pretendem mudar o Evangelho de Cristo.
Mas se alguém __ ainda que fosse eu próprio ou um Anjo do Céu __ vos anunciar um evangelho diferente daquele que nós vos anunciamos, seja anátema.
Como já vo-lo dissemos, volto a dizê-lo: Se alguém vos anunciar um evangelho diferente daquele que recebestes, seja anátema.
Estarei eu agora a captar o favor dos homens ou o de Deus? Acaso procuro agradar aos homens? Se eu ainda pretendesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo.


Lucas 7,1-10.

Naquele tempo, quando Jesus acabou de falar ao povo, entrou em Cafarnaum.
Um centurião tinha um servo a quem estimava muito e que estava doente, quase a morrer.
Tendo ouvido falar de Jesus, enviou-Lhe alguns anciãos dos judeus para Lhe pedir que fosse salvar aquele servo.
Quando chegaram à presença de Jesus, os anciãos suplicaram-Lhe insistentemente: «Ele é digno de que lho concedas,
pois estima a nossa gente e foi ele que nos construiu a sinagoga».
Jesus acompanhou-os. Já não estava longe da casa, quando o centurião Lhe mandou dizer por uns amigos: «Não Te incomodes, Senhor, pois não mereço que entres em minha casa,
nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma palavra e o meu servo será curado.
Porque também eu, que sou um subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens. Digo a um: 'Vai' e ele vai, e a outro: 'Vem' e ele vem, e ao meu servo: 'Faz isto' e ele faz».
Ao ouvir estas palavras, Jesus sentiu admiração por ele e, voltando-se para a multidão que O seguia, exclamou: «Digo-vos que nem mesmo em Israel encontrei tão grande fé».
Ao regressarem a casa, os enviados encontraram o servo de perfeita saúde.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 62

«Mas diz uma palavra e o meu servo será curado»

Como é que o centurião obteve a graça da cura do seu servo? «Porque também eu tenho os meus superiores a quem devo obediência e soldados sob as minhas ordens, e digo a um: 'Vai', e ele vai; e a outro: 'Vem', e ele vem; e ao meu servo: 'Faz isto', e ele faz.» Tenho poder sobre os meus subordinados mas eu também estou submetido a uma autoridade superior. Se, pois, embora subordinado, tenho, apesar de tudo, o poder de comandar, o que não poderás fazer Tu, a Quem se submetem todas as potestades? Este homem pertencia ao povo pagão pois a nação judaica estava ocupada pelos exércitos do Império Romano. [...].

Mas Nosso Senhor, embora estivesse no meio do povo hebraico, declarava já que a Igreja se espalharia por toda a terra, para onde Ele enviaria os seus apóstolos (cf Mt 8,11). Com efeito, os pagãos acreditaram nele sem O terem visto [...]. O Senhor não entrou fisicamente na casa do centurião; mas, embora ausente de corpo, estava presente pela sua majestade e curou esta casa pela sua fé. Do mesmo modo, o Senhor só estava fisicamente presente no meio do povo hebraico; os outros povos não O viram nascer de uma Virgem, nem sofrer, nem caminhar, nem sujeitar-Se às condições da natureza humana, nem fazer maravilhas divinas. Ele não fez nada disso entre os pagãos e, no entanto, entre eles, realizou-se o que Ele tinha dito a seu respeito: «Povos desconhecidos prestaram-Me vassalagem.» Como é que O serviram se não O conheciam? O salmo continua: «Mal ouviram falar de Mim, logo Me obedeceram e os estrangeiros Me cortejaram» (Sl 17,45).







sexta-feira, 27 de maio de 2016

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Sabado, dia 28 de Maio de 2016

Sábado da 8a semana do Tempo Comum

Santa Maria Ana de Paredes, virgem, +1645, S. Germano, bispo de Paris, +576

Comentário do dia
Santo Atanásio : «Quem Te deu autoridade para o fazeres?»

Judas 1,17.20b-25.

Caríssimos: Recordai o que vos foi predito pelos Apóstolos de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Construí o vosso edifício espiritual sobre o fundamento da vossa fé santíssima. Orai em união com o Espírito Santo
e conservai-vos no amor de Deus, esperando na misericórdia de Nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.
Procurai convencer os que hesitam
e salvai-os, arrancando-os do fogo; dos outros, compadecei-vos, mas com prudência, detestando até a túnica contaminada pela sua carne.
Àquele que vos pode preservar da queda e apresentar-vos diante da sua glória, na alegria duma consciência sem mancha,
ao único Deus, nosso Salvador, por Nosso Senhor Jesus Cristo, a glória e a majestade, a força e o poder, antes de todos os séculos, agora e para sempre. Ámen


Marcos 11,27-33.

Naquele tempo, Jesus e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Quando Ele andava no templo, aproximaram-se os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos, que Lhe perguntaram:
«Com que autoridade fazes isto? Quem Te deu autoridade para o fazeres?».
Jesus respondeu: «Vou fazer-vos só uma pergunta. Respondei-Me e Eu vos direi com que autoridade faço isto.
O batismo de João era do Céu ou dos homens? Respondei-Me».
Eles começaram a discorrer, dizendo entre si: «Se dissermos: 'É do Céu', Ele dirá: 'Então porque não acreditastes nele?'.
Vamos dizer-Lhe que é dos homens?». Mas eles temiam a multidão, pois todos pensavam que João era realmente um profeta.
Então responderam: «Não sabemos». Disse-lhes Jesus: «Também Eu não vos digo com que autoridade faço isto».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Atanásio (295-373), bispo de Alexandria, doutor da Igreja
Discurso contra os Arianos, 2, 78-79

«Quem Te deu autoridade para o fazeres?»

A sabedoria pessoal de Deus, o seu único Filho, criou e realizou todas as coisas. Com efeito, diz o salmo: «Tudo fizeste com sabedoria» (103,24). [...] Tal como o nosso discurso humano é imagem desta Palavra que é o Filho de Deus (cf Jo 1,1), assim também a nossa sabedoria é imagem desta Palavra que é a Sabedoria em pessoa. Porque temos nela a capacidade de conhecer e de pensar, somos capazes de receber a Sabedoria criadora, por meio da qual podemos conhecer o Pai. «Porque aquele que tem o Filho tem também o Pai» (1Jo 2,23), e ainda: «Aquele que Me recebe, recebe Aquele que Me enviou» (Mt 10,40). [...]

«Pois já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na Sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação» (1Cor 1,21). Ora, Deus já não quer, como nos tempos antigos, ser conhecido por meio de imagens e sombras da Sabedoria, mas quis que a verdadeira Sabedoria em pessoa adotasse carne, Se tornasse homem e sofresse a morte de cruz, para que no futuro todos os crentes possam ser salvos pela fé nesta Sabedoria encarnada.

É portanto ela que é a Sabedoria de Deus. Anteriormente, era conhecida pela sua imagem introduzida nas coisas criadas [...], e desta forma dava a conhecer o Pai. Mas depois Ela, que é a Palavra, tornou-Se carne, como diz São João (1,14). E, após ter «destruído a morte» (1Cor 15,26) e salvado a humanidade, manifestou-Se a Si mesma de forma mais clara e, por Si mesma, manifestou o Pai. Razão pela qual pôde dizer: «Que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e Aquele que enviaste, Jesus Cristo» (Jo 17,3). A terra inteira ficou portanto cheia do seu conhecimento. Porque só há um conhecimento: o do Pai por meio do Filho, e o do Filho a partir do Pai. O Pai põe a sua alegria nele, e o Filho regozija-Se com a mesma alegria no Pai, como está dito: «Eu era o seu encanto todos os dias, e brincava o tempo todo na sua presença» (Prov 8,30).







quinta-feira, 26 de maio de 2016

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Sexta-feira, dia 27 de Maio de 2016

Sexta-feira da 8ª semana do Tempo Comum

Santo Agostinho de Cantuária, bispo, +605

Comentário do dia
São Jerónimo : «Não façais da casa de meu Pai um antro de comércio» (Jo 2, 16)

1 Pedro 4,7-13.

Caríssimos: O fim de todas as coisas está próximo. Sede prudentes e sóbrios, para vos dedicardes à oração.
Sobretudo, conservai uma caridade intensa uns para com os outros, porque a caridade cobre a multidão dos pecados.
Praticai entre vós a hospitalidade, sem murmuração.
Cada um de vós ponha ao serviço dos outros os dons que recebeu, como bons administradores da graça de Deus, tão variada nas suas formas.
Se alguém fala, diga palavras de Deus; se alguém exerce um ministério, faça-o como um mandato recebido de Deus, para que em tudo Deus seja glorificado, por Jesus Cristo, a quem é devida a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Ámen.
Caríssimos, não vos perturbeis com a labareda que se acendeu no meio de vós para vos provar, como se estivesse a acontecer-vos alguma coisa estranha.
Alegrai-vos na medida em que participais nos sofrimentos de Cristo a fim de que possais também alegrar-vos e exultar no dia em que se manifestar a sua glória.


Marcos 11,11-26.

Naquele tempo, Jesus, depois de ser aclamado pela multidão, entrou em Jerusalém e foi ao templo. Observou tudo à sua volta e, como já era tarde, saiu para Betânia com os Doze.
No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus sentiu fome.
Viu então de longe uma figueira com folhas e foi ver se encontraria nela algum fruto. Mas, ao chegar junto dela, nada encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos.
Então, dirigindo-Se à figueira, disse: «Nunca mais alguém coma do teu fruto». E os discípulos escutavam.
Chegaram a Jerusalém. Quando Jesus entrou no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam: derrubou as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas
e não deixava ninguém levar nada através do templo.
E ensinava-os, dizendo: «Não está escrito: 'A minha casa será chamada casa de oração para todos os povos'? E vós fizestes dela um covil de ladrões».
Os príncipes dos sacerdotes e os escribas souberam disto e procuravam maneira de o fazer morrer. Mas temiam Jesus, porque toda a multidão andava entusiasmada com a sua doutrina.
Ao cair da noite, Jesus e os discípulos saíram da cidade.
Na manhã seguinte, ao passarem perto da figueira, os discípulos viram-na seca até às raízes.
Pedro recordou-se do que tinha acontecido na véspera e disse a Jesus: «Olha, Mestre. A figueira que amaldiçoaste secou».
Jesus respondeu: «Tende fé em Deus.
Em verdade vos digo: Se alguém disser a este monte: 'Tira-te daí e lança-te no mar', e não hesitar em seu coração, mas acreditar que se vai cumprir o que diz, assim acontecerá.
Por isso vos digo: Tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes e assim sucederá.
E quando estiverdes a orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que o vosso Pai que está nos Céus vos perdoe também as vossas faltas».
Porque, se não perdoardes, também o vosso Pai que está no Céu não perdoará as vossas ofensas.»



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho de S. Marcos, n°9

«Não façais da casa de meu Pai um antro de comércio» (Jo 2, 16)

«Quando Jesus entrou no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam.» Alguns espantam-se com a ressurreição de Lázaro, e ficam admirados com o facto de o filho de uma viúva ter ressuscitado. Outros ficam estupefactos com outros milagres. É certamente admirável tornar a dar vida a um corpo morto; mas eu fico mais impressionado com o acontecimento presente. Pois que poder autorizou este homem, filho de um carpinteiro, um pobre sem morada fixa nem sítio onde repousar, sem exército que O protegesse, que não era chefe nem juiz, que poder O autorizou a, [...] sozinho, expulsar uma multidão tão numerosa? E ninguém protestou, ninguém ousou resistir; pois ninguém ousou opor-se ao Filho que reparava a injúria feita a seu Pai. [...]

«Começou a expulsar os que ali vendiam e compravam.» Se isto foi possível entre os judeus, porque não será, e com mais razão, entre nós? Se isto aconteceu no contexto da Lei, porque não acontece o mesmo no Evangelho? [...] Cristo, um pobre, expulsa os compradores e os vendedores, que são ricos. Aquele que vende é expulso do mesmo modo que aquele que compra. Que ninguém diga: «Eu ofereço tudo o que possuo, dou oferendas aos sacerdotes como Deus ordenou.» Numa passagem de Mateus lemos o seguinte: «Haveis recebido de graça, dai de graça» (Mt 10, 8). A graça de Deus não se vende, dá-se.







quarta-feira, 25 de maio de 2016

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Quinta-feira, dia 26 de Maio de 2016

SANTISSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO - Solenidade - Ano C
Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (ofício próprio)

S. Filipe Néri, presbítero,fundador, +1595

Comentário do dia
São Tomás de Aquino : O mistério da Eucaristia

Gén. 14,18-20.

Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e, como era sacerdote do Deus Altíssimo,
abençoou Abrão, dizendo: «Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo que criou os céus e a Terra!
Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos!» E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.


1 Cor. 11,23-26.

Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão
e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim».
Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim».
Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha.


Lucas 9,11b-17.

Mas as multidões, que tal souberam, seguiram-no. Jesus acolheu-as e pôs-se a falar-lhes do Reino de Deus, curando os que necessitavam.
Ora, o dia começava a declinar. Os Doze aproximaram-se e disseram-lhe: «Despede a multidão, para que, indo pelas aldeias e campos em redor, encontre alimento e onde pernoitar, pois aqui estamos num lugar deserto.»
Disse-lhes Ele: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Retorquiram: «Só temos cinco pães e dois peixes; a não ser que vamos nós mesmos comprar comida para todo este povo!»
Eram cerca de cinco mil homens. Jesus disse aos discípulos: «Mandai-os sentar por grupos de cinquenta.»
Assim procederam e mandaram-nos sentar a todos.
Tomando, então, os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os aos discípulos, para que os distribuíssem à multidão.
Todos comeram e ficaram saciados; e, do que lhes tinha sobrado, ainda recolheram doze cestos cheios.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Obras, Sobre a Festa do Corpo do Senhor, opusc. 57

O mistério da Eucaristia

O Filho único de Deus, querendo fazer-nos participar da sua divindade, tomou a nossa natureza para divinizar os homens, Ele que Se fez homem. Além disso, o que tomou de nós, também no-lo deu inteiramente, para nossa salvação. Com efeito, sobre o altar da cruz, ofereceu o seu corpo em sacrifício a Deus Pai para nos reconciliar com Ele; e derramou o seu sangue para ser ao mesmo tempo nosso resgate e nosso baptismo: resgatados de uma lamentável escravatura, fomos purificados de todos os nossos pecados. E, para que guardássemos para sempre a memória de tão grande benefício, deixou aos fiéis o seu corpo e o seu sangue, sob as formas do pão e do vinho. [...]

Haverá coisa mais preciosa que este banquete, onde já não nos é proposto, como na antiga Lei, que comamos a carne de bois e carneiros, mas o Cristo que é verdadeiramente Deus? Haverá coisa mais admirável que este sacramento? [...] Nenhum sacramento produz efeitos mais salutares do que este: ele apaga os pecados, aumenta as virtudes e enche a alma superabundantemente de todos os dons espirituais. Ele é oferecido na Igreja pelos vivos e pelos mortos, a fim de aproveitar a todos, pois foi instituído para a salvação de todos.

É impossível exprimir as delícias deste sacramento [...]; nele se celebra a memória do amor inultrapassável que Cristo mostrou na sua Paixão. Ele queria que a imensidade deste amor se gravasse profundamente no coração dos fiéis e por isso [...] instituiu este sacramento como memorial perpétuo da sua Paixão, cumprimento das antigas profecias, o maior de todos os seus milagres. Àqueles a quem a sua ausência encheria de tristeza, deixou este conforto incomparável.







terça-feira, 24 de maio de 2016

simascatarina@portugalmail.pt


Quarta-feira, dia 25 de Maio de 2016

Quarta-feira da 8ª semana do Tempo Comum

Santa Maria Madalena de Pazzi, virgem, +1607, S. Beda, o Venerável, Doutor da Igreja, +735, S. Gregório VII, papa, +1085

Comentário do dia
Santo Efrém : «O Filho do homem veio [...] para dar a vida»

1 Pedro 1,18-25.

Caríssimos: Lembrai-vos que não foi por coisas corruptíveis, como prata e ouro, que fostes resgatados da vã maneira de viver, herdada dos vossos pais,
mas pelo sangue precioso de Cristo, Cordeiro sem defeito e sem mancha,
predestinado antes da criação do mundo e manifestado nos últimos tempos por vossa causa.
Por Ele acreditais em Deus, que O ressuscitou dos mortos e Lhe deu a glória, para que a vossa fé e a vossa esperança estejam em Deus.
Obedecendo à verdade, purificastes as vossas almas para vos amardes sinceramente como irmãos. Amai-vos intensamente uns aos outros de todo o coração,
porque vós renascestes, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, que é a palavra de Deus, viva e eterna.
Na verdade, «todo o ser mortal é como a erva e todo o seu esplendor como a flor da erva. A erva seca e a flor cai;
mas a palavra do Senhor permanece eternamente». Esta é a palavra que vos foi anunciada.


Marcos 10,32-45.

Naquele tempo, Jesus e os discípulos subiam a caminho de Jerusalém. Jesus ia à sua frente. Os discípulos estavam preocupados e aqueles que os acompanhavam iam com medo. Jesus tomou então novamente os Doze consigo e começou a dizer-lhes o que Lhe ia acontecer:
«Vede que subimos para Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Vão condená-l'O à morte e entregá-l'O aos gentios;
hão-de escarnecê-l'O, cuspir-Lhe, açoitá-l'O e dar-Lhe a morte. Mas ao terceiro dia ressuscitará».
Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir».
Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?».
Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda».
Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o batismo com que Eu vou ser batizado?».
Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser batizado.
Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado».
Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João.
Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder.
Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo,
e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos;
porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Efrém (c. 306-373), diácono da Síria, doutor da Igreja
Comentário ao Diatessaron, 20, 2-7

«O Filho do homem veio [...] para dar a vida»

«Se for possível, afasta de Mim este cálice» (Mt 26,39). Porque dizes como Simão Pedro: «Deus Te livre de tal, Senhor!» (Mt 16,22), Tu que agora dizes: «Se for possível, afasta de Mim este cálice»? Ele sabia bem aquilo que dizia ao Pai - que era possível o Pai afastar o cálice -, mas viera bebê-lo por todos, a fim de pagar com esse cálice a dívida que a morte dos profetas e dos mártires não pudera pagar. [...] Aquele que havia descrito a sua condenação à morte nos profetas e que havia prefigurado o mistério da sua morte pelos justos, quando chegou a altura de consumar essa morte, não Se recusou a beber o cálice. Se não tivesse querido bebê-lo, mas antes afastá-lo, não teria comparado o seu corpo com o Templo nesta frase: «Destruí este Templo e em três dias Eu o reconstruírei» (Jo 2,19); nem teria dito aos filhos de Zebedeu: «Podeis beber o cálice que Eu vou beber?»; e ainda: «Tenho de receber um baptismo» (Lc 12,50). [...]

«Se for possível, afasta de Mim este cálice.» Ele diz isto por causa da fraqueza que adoptara, não fingida mas real. Uma vez que Se fizera pequeno e tinha de facto adoptado a nossa fraqueza, temia e sentia-Se abalado na sua fraqueza. Tendo revestido a forma humana, tendo adoptado a fraqueza, comendo quando tinha fome, cansando-Se com o trabalho, deixando-Se vencer pelo sono, tudo o que estava relacionado com a carne tinha de ser cumprido quando chegou a altura da sua morte. [...]

Para trazer, pela sua Paixão, conforto aos seus discípulos, Jesus sente o que eles sentem: tomou sobre Si o medo deles, para lhes mostrar, pela semelhança da sua alma, que não devem vangloriar-se a propósito da morte antes de terem passado por ela. Se, com efeito, Aquele que nada teme sentiu medo e pediu para ser salvo quando sabia que tal era impossível, quanto mais devem os outros perseverar na oração perante a tentação, a fim de serem dela libertados quando se apresentar. [...] Para dar coragem aos que temem a morte, Ele não escondeu o seu próprio receio, para que eles saibam que este medo não os leva ao pecado, desde que não permaneçam nele. «Não, Pai», diz Jesus, «mas que seja feita a tua vontade»: que Eu morra para dar a vida à multidão.







segunda-feira, 23 de maio de 2016

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Terça-feira, dia 24 de Maio de 2016

Terça-feira da 8ª semana do Tempo Comum
Nossa Senhora AuxiliadoraDedicação da Basílica de São Francisco, em Assis

Santa Joana Antida Thouret, virgem, +1826

Comentário do dia
Tomás de Celano : Deixar tudo para O seguir

1 Pedro 1,10-16.

Caríssimos: A salvação das almas foi objeto das investigações e meditações dos Profetas que predisseram a graça a vós destinada.
Procuravam descobrir a que tempo e circunstâncias se referia o Espírito de Cristo que estava neles, quando predizia os sofrimentos de Cristo e as glórias que se lhes haviam de seguir.
Foi-lhes revelado que não era para eles, mas para vós, que no seu ministério transmitiam essa mensagem. É essa mensagem que agora vos anunciam aqueles que, movidos pelo Espírito Santo enviado do Céu, vos pregam o Evangelho, o qual os próprios Anjos desejam contemplar.
Por isso, tende o vosso espírito alerta e sede vigilantes; ponde toda a vossa esperança na graça que vos será concedida, quando Jesus Cristo Se manifestar.
Como filhos obedientes, não vos conformeis com os desejos de outrora, quando vivíeis na ignorância.
Mas, à semelhança do Deus santo que vos chamou, sede santos, vós também, em todas as vossas ações,
como está escrito: «Sede santos, porque Eu sou santo».


Marcos 10,28-31.

Naquele tempo, Pedro começou a dizer a Jesus: «Vê como nós deixámos tudo para Te seguir».
Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: Todo aquele que tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras, por minha causa e por causa do Evangelho,
receberá cem vezes mais, já neste mundo, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, juntamente com perseguições, e, no mundo futuro, a vida eterna.
Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Tomás de Celano (c. 1190-c. 1260), biógrafo de São Francisco e de Santa Clara
Vida de Santa Clara, §§ 25-28

Deixar tudo para O seguir

Havia já quarenta anos que Clara, segundo a comparação utilizada por São Paulo (1Cor 9,24), corria no estádio da grande pobreza, aproximando-se da meta da sua vocação celeste e da recompensa prometida ao vencedor. [...] A Divina Providência apressava-Se a cumprir o que havia previsto para Clara: Cristo queria introduzir a pobrezinha no seu palácio real no termo da sua peregrinação. Quanto a ela, aspirava com todo o arrebatamento do seu desejo [...] contemplar, reinando no alto em toda a sua glória, o Cristo que imitara na Terra na sua pobreza. [...]

Todas as suas filhas estavam reunidas em torno do leito da mãe. [...] Dirigindo-se então a si mesma, Clara disse à sua alma: «Parte com toda a segurança, pois tens um bom guia para o caminho. Parte, pois Aquele que te criou também te santificou; Ele sempre te protegeu e amou com um amor terno, como uma mãe ama o seu filho. Abençoado sejas, Senhor, Tu que me criaste!» Uma irmã perguntou-lhe a quem se dirigia e Clara respondeu: «À minha alma abençoada.» O seu guia para o caminho não estava longe. Com efeito, voltando-se para uma das suas filhas, perguntou-lhe: «Estás a ver o Rei de glória que eu entrevejo?» [...]

Bendita seja a sua saída deste vale de misérias, uma saída que foi para ela a entrada na vida bem-aventurada! Em recompensa dos seus jejuns neste mundo, conhece agora a alegria que reina à mesa dos santos; em troca dos andrajos e das cinzas, entrou na posse da beatitude do Reino dos Céus, onde está revestida com as vestes da glória eterna.







domingo, 22 de maio de 2016

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Segunda-feira, dia 23 de Maio de 2016

Segunda-feira da 8ª semana do Tempo Comum

S. Julião (Juliano), hospedeiro, mártir, +308, S. João Batista de Rossi, presbítero, +1764

Comentário do dia
São Basílio : «Ao ouvir estas palavras, [...] retirou-se pesaroso.»

1 Pedro 1,3-9.

Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, na sua grande misericórdia, nos fez renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos, para uma esperança viva,
para uma herança que não se corrompe, nem se mancha, nem desaparece. Esta herança está reservada nos Céus para vós,
que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que se vai revelar nos últimos tempos.
Isto vos enche de alegria, embora vos seja preciso ainda, por pouco tempo, passar por diversas provações,
para que a prova a que é submetida a vossa fé – muito mais preciosa que o ouro perecível, que se prova pelo fogo – seja digna de louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo Se manifestar.
Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, acreditais n'Ele. E isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa,
porque conseguis o fim da vossa fé: a salvação das vossas almas.


Marcos 10,17-27.

Naquele tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d'Ele e Lhe perguntou: «Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?».
Jesus respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus.
Tu sabes os mandamentos: 'Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe'».
O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude».
Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me».
Ao ouvir estas palavras, o homem ficou abatido e retirou-se pesaroso, porque era muito rico.
Então Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!».
Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus!
É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus».
Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode então salvar-se?».
Fitando neles os olhos, Jesus respondeu: «Aos homens é impossível, mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Basílio (c. 330-379), monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja
Homilia 7, sobre a riqueza; PG 31, 278

«Ao ouvir estas palavras, [...] retirou-se pesaroso.»

O caso do jovem rico e dos seus semelhantes faz-me pensar no de um viajante que, pretendendo visitar uma cidade, ao aproximar-se das suas muralhas, depara com uma estalagem, hospeda-se nela e, desencorajado pelos últimos passos que ainda lhe falta dar, perde o benefício das fadigas da viagem e acaba por não ir visitar as belezas da dita cidade. Assim são os que cumprem os mandamentos mas se revoltam com a ideia de perderem os seus bens. Conheço muitos que jejuam, rezam, fazem penitência e praticam todo o tipo de obras de caridade, mas não dão uma esmola aos pobres. De que lhes servem as outras virtudes?

Eles não entrarão no Reino dos Céus porque «é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». São palavras claras e o seu Autor não mente, mas raros são aqueles que se deixam tocar por elas. «Como viveremos quando estivermos despojados de tudo?» exclamam. «Que existência levaremos quando tudo for vendido e já não tivermos propriedades?» Não me perguntem qual é o desígnio profundo que está subjacente aos mandamentos de Deus. Aquele que estabeleceu as nossas leis conhece igualmente a arte de conciliar o impossível com a lei.







sábado, 21 de maio de 2016

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Domingo, dia 22 de Maio de 2016

SANTÍSSIMA TRINIDADE - solenidade - Ano C
Domingo da Santíssima Trindade (ofício próprio)

Beato João Baptista Machado, presbítero, mártir, +1617, Santa Rita de Cássia, viúva, religiosa, +1457

Comentário do dia
Catecismo da Igreja Católica: «Um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza» (Prefácio)

Prov. 8,22-31.

Eis o que diz a Sabedoria de Deus: «O Senhor me criou como primícias da sua atividade, antes das suas obras mais antigas.
Desde a eternidade fui formada, desde o princípio, antes das origens da terra.
Antes de existirem os abismos e de brotarem as fontes das águas, já eu tinha sido concebida.
Antes de se implantarem as montanhas e as colinas, já eu tinha nascido;
ainda o Senhor não tinha feito a terra e os campos, nem os primeiros elementos do mundo.
Quando Ele consolidava os céus, eu estava presente; quando traçava sobre o abismo a linha do horizonte,
quando condensava as nuvens nas alturas, quando fortalecia as fontes dos abismos,
quando impunha ao mar os seus limites para que as águas não ultrapassassem o seu termo, quando lançava os fundamentos da terra,
eu estava a seu lado como arquiteto, cheia de júbilo, dia após dia, deleitando-me continuamente na sua presença.
Deleitava-me sobre a face da terra e as minhas delícias eram estar com os filhos dos homens».


Romanos 5,1-5.

Irmãos: Tendo sido justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo,
pelo qual temos acesso, na fé, a esta graça em que permanecemos e nos gloriamos, apoiados na esperança da glória de Deus.
Mais ainda, gloriamo-nos nas nossas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz a constância,
a constância a virtude sólida, a virtude sólida a esperança.
Ora a esperança não engana, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.


João 16,12-15.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora.
Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há-de vir.
Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vos há-de anunciá-lo.
Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vos há-de anunciá-lo».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Catecismo da Igreja Católica
§§ 261-267

«Um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza» (Prefácio)

O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus pode dar-nos conhecimento dele, revelando-Se como Pai, Filho e Espírito Santo. A Encarnação do Filho de Deus revela que Deus é o Pai eterno, e que o Filho é consubstancial ao Pai, quer dizer que, nele e com Ele, é o mesmo e único Deus. A missão do Espírito Santo, enviado pelo Pai em nome do Filho e pelo Filho «de junto do Pai» (Jo 15,26), revela que Ele é, com Eles, o mesmo e único Deus: «com o Pai e o Filho é adorado e glorificado» (Credo). [...]

Pela graça do Baptismo «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», (Mt 28,19), somos chamados a participar na vida da Trindade bem-aventurada; para já, na obscuridade da fé, e depois da morte na luz eterna.

«A fé católica é esta: venerarmos um só Deus na Trindade e a Trindade na unidade, sem confundir as Pessoas nem dividir a substância: porque uma é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas do Pai e do Filho e do Espírito Santo é só uma a divindade, igual a glória e coeterna a majestade» (Quicumque).

Inseparáveis no que são, as pessoas divinas são também inseparáveis no que fazem. Mas, na operação divina única, cada uma manifesta o que Lhe é próprio na Trindade, sobretudo nas missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo.







sexta-feira, 20 de maio de 2016

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Sabado, dia 21 de Maio de 2016

Sábado da 7a semana do Tempo Comum

Santa Catarina de Génova, viúva, penitente,+1510, S. Cristóvão Magallanes, presbítero, e companheiros mártires, ++entre 1915 e 1937, Beatos Manuel Gomez Gonzalez, presbítero, e Adílio Daronch, mártires, +1924

Comentário do dia
Isaac o Sírio : «Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele.»

Tiago 5,13-20.

Caríssimos: Sofre alguém no meio de vós? Reze. Sente-se alguém alegre? Cante.
Está doente alguém entre vós? Mande chamar os presbíteros da Igreja para que orem por ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor.
A oração feita com fé salvará o enfermo e o Senhor o restabelecerá; e se tiver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.
Confessai uns aos outros os vossos pecados e orai uns pelos outros, para que sejais curados. A oração persistente do justo tem muito poder.
Elias era um homem semelhante a nós: orou com insistência para que não chovesse e não choveu sobre a terra durante três anos e três meses.
Depois voltou a rezar, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.
Meus irmãos, se algum de vós se afastar da verdade e outro o converter,
sabei que aquele que reconduz um pecador do erro à verdade salvará a sua alma da morte e obterá o perdão de muitos pecados.


Marcos 10,13-16.

Naquele tempo, apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas.
Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele».
E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.



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Comentário do dia:

Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos ascéticos, 1.ª série, § 19

«Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele.»

Tu, que és o mais pequeno dos homens, queres encontrar a vida? Preserva em ti a fé e a humildade, e encontrarás nelas a compaixão, a ajuda, as palavras que Deus te dirá no coração, mas também Aquele que te guarda e que permanece secreta e visivelmente junto de ti. Queres descobrir aquilo que te dará a vida? Percorre a via da simplicidade. Não pretendas conhecer coisa alguma diante de Deus. A fé é uma consequência da simplicidade; mas a presunção, que afasta a alma de Deus, é uma consequência da subtileza do conhecimento e dos meandros do pensamento.

Quando te apresentares diante de Deus pela oração, sê pequenino na tua mente, como uma formiga, [...] como uma criança que balbuceia. [...] Aproxima-te de Deus com um coração de criança. Apresenta-te diante dele para receberes aquela solicitude com que os pais velam sobre os filhos pequenos, pois «o Senhor guarda os pequeninos». Quem se faz como uma criança pequena pode aproximar-se de uma serpente que esta não lhe fará mal. [...] Na sua inocência, o corpo daquele que é como uma criança foi coberto por uma veste invisível pela Providência oculta, que guarda os seus membros frágeis, para que nada possa atingi-lo.







quinta-feira, 19 de maio de 2016

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Sexta-feira, dia 20 de Maio de 2016

Sexta-feira da 7ª semana do Tempo Comum

S. Bernardino de Sena, presbítero, +1444, Santo Arcângelo Tadini, presbítero, fundador, +1912

Comentário do dia
Concílio Vaticano II: «Maridos, amai as vossas esposas como Cristo amou a Igreja: entregando-Se por ela» (Ef 5,25)

Tiago 5,9-12.

Irmãos: Não vos queixeis uns dos outros, a fim de não serdes julgados. Eis que o Juiz está à porta.
Irmãos, tomai como exemplos de sofrimento e de paciência os profetas que falaram em nome do Senhor.
Nós proclamamos felizes aqueles que foram perseverantes. Ouvistes falar da perseverança de Job e sabeis qual o fim que o Senhor lhe concedeu, porque o Senhor é compassivo e misericordioso.
Sobretudo, irmãos, não jureis nem pelo céu nem pela terra, nem por qualquer outra coisa. Seja «sim» o vosso sim e «não» o vosso não, para não vos expordes ao julgamento.


Marcos 10,1-12.

Naquele tempo, Jesus pôs-Se a caminho e foi para o território da Judeia, além do Jordão. Voltou a reunir-se uma grande multidão junto de Jesus e Ele, segundo o seu costume, começou de novo a ensiná-la.
Aproximaram-se então de Jesus uns fariseus, que, para O porem à prova, Lhe perguntaram: «Pode um homem repudiar a sua mulher?».
Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?».
Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio para se repudiar a mulher».
Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei.
Mas, no princípio da criação, 'Deus fê-los homem e mulher.
Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa,
e os dois serão uma só carne'. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne.
Portanto, não separe o homem o que Deus uniu».
Em casa, os discípulos interrogaram-n'O de novo sobre este assunto.
Jesus disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira.
E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério».



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Comentário do dia:

Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Igreja no mundo actual «Gaudium et Spes», § 48

«Maridos, amai as vossas esposas como Cristo amou a Igreja: entregando-Se por ela» (Ef 5,25)

O homem e a mulher, que pela aliança conjugal «já não são dois, mas uma só carne» (Mt. 19, 6), prestam-se recíproca ajuda e serviço com a íntima união das suas pessoas e atividades, tomam consciência da própria unidade e cada vez mais a realizam. Esta união íntima, já que é o dom recíproco de duas pessoas, exige, do mesmo modo que o bem dos filhos, a inteira fidelidade dos cônjuges e a indissolubilidade da sua união.

Cristo Senhor abençoou copiosamente este amor de múltiplos aspetos, nascido da fonte divina da caridade e constituído à imagem da sua própria união com a Igreja (Ef 5,32). E, assim como outrora Deus veio ao encontro do seu povo com uma aliança de amor e fidelidade, assim agora o Salvador dos homens e Esposo da Igreja vem ao encontro dos esposos cristãos com o sacramento do matrimónio. E permanece com eles, para que, assim como Ele amou a Igreja e Se entregou por ela (Ef 5,25), de igual modo os cônjuges, dando-se um ao outro, se amem com perpétua fidelidade.

O autêntico amor conjugal é assumido no amor divino, e dirigido e enriquecido pela força redentora de Cristo e pela ação salvadora da Igreja, para que, desse modo, os esposos caminhem eficazmente para Deus e sejam ajudados e fortalecidos na sua missão sublime de pai e mãe. Por este motivo, os esposos cristãos são fortalecidos e como que consagrados em ordem aos deveres do seu estado por meio de um sacramento especial; cumprindo, graças à força deste, a própria missão conjugal e familiar, penetrados do espírito de Cristo que impregna toda a sua vida de fé, esperança e caridade, avançam sempre mais na própria perfeição e mútua santificação, e assim cooperam juntos para a glorificação de Deus.







quarta-feira, 18 de maio de 2016

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Quinta-feira, dia 19 de Maio de 2016

Quinta-feira da 7ª semana do Tempo Comum

S. Celestino V, papa e eremita, +1296, Santo Ivo, presbítero, +1303, padroeiro dos advogados

Comentário do dia
São João Crisóstomo : Caminhos para entrar na vida eterna

Tiago 5,1-6.

Agora, vós, ó ricos, chorai e lamentai-vos, por causa das desgraças que vão cair sobre vós.
As vossas riquezas estão apodrecidas e as vossas vestes estão comidas pela traça.
O vosso ouro e a vossa prata enferrujaram-se e a sua ferrugem vai dar testemunho contra vós e devorar a vossa carne como fogo. Acumulastes tesouros no fim dos tempos.
Privastes do salário os trabalhadores que ceifaram as vossas terras. O seu salário clama; e os brados dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor do Universo.
Levastes na terra uma vida regalada e libertina, cevastes os vossos corações para o dia da matança.
Condenastes e matastes o justo e ele não vos resiste.


Marcos 9,41-50.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus díscípulos:  «Quem vos der a beber um copo de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.»
Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que creem em Mim, melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós movidas por um jumento e o lançassem ao mar.
Se a tua mão é para ti ocasião de pecado, corta-a; porque é melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo que não se apaga.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o; porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se um dos teus olhos é para ti ocasião de pecado, deita-o fora; porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e ser lançado na Geena,
onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga».
Na verdade, todos serão salgados com fogo.
O sal é coisa boa; mas se ele perder o sabor, com que haveis de temperá-lo? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Sermão sobre o diabo tentador

Caminhos para entrar na vida eterna

Quereis que vos indique os caminhos da conversão? São numerosos, variados e diferentes, mas todos conduzem ao céu. O primeiro caminho da conversão é a condenação das nossas faltas. «Aviva a tua memória, entremos em juízo; fala para te justificares!» (Is 43,26). É por isso que o profeta observava: «Eu disse: "Confessarei os meus erros ao Senhor"; e Vós perdoastes a culpa do meu pecado» (Sl 31,5). Condena pois, tu próprio, as faltas que cometeste, e tal será suficiente para que o Senhor te atenda. Com efeito, aquele que condena as suas faltas tem a vantagem de recear tornar a cair nelas. [...]

Há um segundo caminho, não inferior ao referido, que é o de não guardar rancor aos nossos inimigos e dominar a cólera para perdoar as ofensas dos nossos companheiros, porque assim obteremos o perdão das que nós cometemos contra o Mestre; é a segunda maneira de obter a purificação das nossas faltas, «porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós» (Mt 6,14).

Queres conhecer o terceiro caminho da conversão? É a oração fervorosa e perseverante que fizeres do fundo do coração. [...] O quarto caminho é a esmola, que tem uma força considerável e indizível. [...] Em seguida, a modéstia e a humildade não são meios inferiores para destruir os pecados pela raiz; temos como prova disso o publicano, que não podia proclamar boas acções, mas as substituiu pela oferta da sua humildade, entregando assim o pesado fardo das suas faltas (Lc 18,9s).

Acabamos de indicar cinco caminhos de conversão. [...] Não fiques pois inativo, mas em cada dia utiliza todos estes caminhos. São caminhos fáceis, e não podes apresentar a tua miséria como desculpa para os não percorreres.







terça-feira, 17 de maio de 2016

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Quarta-feira, dia 18 de Maio de 2016

Quarta-feira da 7ª semana do Tempo Comum

S. Leonardo Murialdo, presbítero, +1900, S. João I, papa, +526, Santa Rafaela Maria, virgem, fundadora, +1925

Comentário do dia
Venerável Pio XII : «Procurámos impedir-lho, porque ele não anda connosco.»

Tiago 4,13-17.

Caríssimos: Agora, escutai-me, vós que dizeis: «Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, onde passaremos um ano, fazendo negócio e tirando lucro».
Mas vós não sabeis o que traz o dia de amanhã. Que vem a ser, afinal, a vossa vida? Sois como a neblina que aparece um momento e se esvai em seguida.
Deveríeis antes dizer: «Se o Senhor quiser, estaremos vivos e faremos isto ou aquilo».
Mas ao contrário, envaideceis-vos com a vossa arrogância. Toda a presunção desse género é má.
Assim, quem sabe fazer o bem e não o faz comete pecado.


Marcos 9,38-40.

Naquele tempo, João disse a Jesus: «Mestre, nós vimos um homem a expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedir-lho, porque ele não anda connosco».
Jesus respondeu: «Não o proibais; porque ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim.
Quem não é contra nós é por nós».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Venerável Pio XII (1876-1958), papa
Encíclica «Mystici Corporis Christi», n.º 94

«Procurámos impedir-lho, porque ele não anda connosco.»

Imitemos a vastidão do amor do próprio Jesus, modelo supremo de amor pela Igreja. É certo que esposa de Cristo é só a Igreja; contudo, o amor do divino Esposo é tão vasto que a ninguém exclui e, na sua esposa, abraça todo o género humano; pois o Salvador derramou o seu sangue na cruz para reconciliar com Deus todos os homens de todas as nações e estirpes, e para os reunir num só corpo. Por conseguinte, o verdadeiro amor à Igreja exige, não só que sejamos todos o mesmo corpo, membros uns dos outros, cheios de mútua solicitude (cf Rom 12,5; 1Cor 12,25), membros que se alegrem com os que se alegram e sofram com os que sofrem (cf 1Cor 12,26), mas que também nos outros homens, ainda não incorporados connosco na Igreja, reconheçamos irmãos de Jesus Cristo segundo a carne, chamados como nós à mesma salvação eterna.

É verdade que hoje não faltam – e é um grande mal – os que vão exaltando a rivalidade, o ódio e o rancor, como coisas que elevam e nobilitam a dignidade e o valor do homem. Nós, porém, que magoados vemos os funestos frutos de tal doutrina, sigamos o nosso Rei pacífico, que nos ensinou a amar os que não são da mesma nação ou da mesma estirpe que nós (cf Lc 10,33-37) e até os nossos inimigos (cf Lc 6,27-35; Mt 5,44-48). Nós, compenetrados dos suavíssimos sentimentos do Apóstolo das gentes, com ele cantemos o comprimento, a largura, a sublimidade e a profundeza da caridade de Cristo (cf Ef 3,18), que nem a diversidade de nacionalidades ou de costumes pode quebrar, nem a vastidão imensa do oceano diminuir, nem as guerras, justas ou injustas, arrefecer.







segunda-feira, 16 de maio de 2016

simascatarina@portugalmail.pt


Terça-feira, dia 17 de Maio de 2016

Terça-feira da 7ª semana do Tempo Comum

S. Pascoal Bailão, religioso leigo, +1592, Beata Antónia Mesina, virgem, mártir, +1935

Comentário do dia
Afraate : Seguir o último de todos e o servo de todos

Tiago 4,1-10.

De onde vêm as guerras? De onde procedem os conflitos entre vós? Não é precisamente das paixões que lutam em vossos membros?
Cobiçais e nada conseguis: então assassinais. Sois invejosos e não podeis obter nada: então entrais em conflitos e guerras. Nada tendes, porque nada pedis.
Pedis e não recebeis, porque pedis mal, pois o que pedis é para satisfazer as vossas paixões.
Oh criaturas infiéis! Não sabeis que a amizade pelo mundo é inimizade para com Deus? Quem quer ser amigo do mundo torna-se inimigo de Deus.
Ou pensais que é em vão que a Escritura diz: «Deus reclama para Si o Espírito que fez habitar em nós»?
Mas Ele concede uma graça maior e por isso a Escritura diz também: «Deus resiste aos soberbos e dá a sua graça aos humildes».
Portanto, submetei-vos a Deus; resisti ao diabo e ele fugirá de vós.
Aproximai-vos de Deus e Ele Se aproximará de vós. Lavai as vossas mãos, pecadores; purificai os vossos corações, almas indecisas.
Reconhecei a vossa miséria, cobri-vos de luto e chorai. Converta-se em pranto o vosso riso e em tristeza a vossa alegria.
Humilhai-vos diante do Senhor e Ele vos exaltará.


Marcos 9,30-37.

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus não queria que ninguém o soubesse;
porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens, que vão matá-l'O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará».
Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar.
Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?».
Eles ficaram calados, porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.
Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos».
E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Afraate (?-c. 345), monge e bispo de Nínive, perto de Mossul
As Exposições, n.º 6

Seguir o último de todos e o servo de todos

Meu amigo, tomemos a aparência daquele que nos deu a vida. Ele, que era rico, empobreceu-Se a Si mesmo. Ele, que estava colocado no alto, desceu da sua grandeza. Ele, que habitava nas alturas, não tinha onde reclinar a cabeça. Ele, que há-de vir sobre as nuvens, montou um jumento para entrar em Jerusalém. Ele, que é Deus e Filho de Deus, tomou a aparência de servo.

Ele, que é o repouso para todos os trabalhos, fatigou-Se com os incómodos do caminho. Ele, que é a fonte que estanca a sede, teve sede e pediu água para beber. Ele, que é a saciedade que satisfaz a nossa fome, teve fome quando jejuou no deserto e foi tentado. Ele, que vela e nunca dorme, deitou-Se e adormeceu num barco no meio do mar. Ele, que é servido na tenda de seu Pai, deixou-Se servir pelas mãos dos homens. Ele, que é o médico de todos os doentes, viu as suas mãos perfuradas pelos cravos. A Ele, cuja boca anunciava coisas boas, deram a beber fel. Ele, que não tinha feito mal a ninguém, foi açoitado e suportou ultrajes. Ele que tinha feito viver os mortos, entregou-Se a Si mesmo à morte na cruz.

Sendo nosso vivificador, Ele próprio experimentou todos estes abaixamentos; abaixemo-nos nós também, meus amigos.







domingo, 15 de maio de 2016

simascatarina@portugalmail.pt


Segunda-feira, dia 16 de Maio de 2016

Segunda-feira da 7ª semana do Tempo Comum

S. João Nepomuceno, mártir, +1383, S. Simão Stock, religioso, +1265

Comentário do dia
São Cirilo de Jerusalém : A transmissão do Credo: «Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé.»

Tiago 3,13-18.

Caríssimos: Quem é sábio e inteligente mostre com o seu bom procedimento os frutos da sua sabedoria vivida com modéstia.
Mas se guardais no coração inveja mal entendida e espírito de discórdia, não vos orgulheis nem mintais contra a verdade.
Esta sabedoria não desce do alto: é terrena, animal e diabólica.
Porque, onde há inveja e rivalidade, também há desordem e toda a espécie de más ações.
Mas a sabedoria que vem do alto é pura, pacífica, compreensiva e generosa, cheia de misericórdia e de boas obras, imparcial e sem hipocrisia.
O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz.


Marcos 9,14-29.

Naquele tempo, Jesus desceu do monte, com Pedro, Tiago e João. Ao chegarem junto dos outros discípulos, viram uma grande multidão à sua volta e os escribas a discutir com eles.
Logo que viu Jesus, a multidão ficou surpreendida e correu a saudá-l'O.
Jesus perguntou-lhes: «Que estais a discutir?».
Alguém Lhe respondeu do meio da multidão: «Mestre, eu trouxe-Te o meu filho, que tem um espírito mudo.
Quando o espírito se apodera dele, lança-o por terra, e ele começa a espumar, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram».
Tomando a palavra, Jesus disse-lhes: «Oh geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de vos suportar? Trazei-mo aqui».
Levaram-no para junto d'Ele. Quando viu Jesus, o espírito sacudiu fortemente o menino, que caiu por terra e começou a rebolar-se espumando.
Jesus perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?». O homem respondeu-lhe: «Desde pequeno.
E muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água para o matar. Mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e socorre-nos».
Jesus disse: «Se posso?... Tudo é possível a quem acredita».
Logo o pai do menino exclamou: «Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé».
Ao ver que a multidão corria para junto d'Ele, Jesus falou severamente ao espírito impuro: «Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: sai deste menino e nunca mais entres nele».
O espírito, soltando um grito, agitou-o violentamente e saiu. O menino ficou como morto, de modo que muitas pessoas afirmavam que tinha morrido.
Mas Jesus tomou-o pela mão e levantou-o, e ele pôs-se de pé.
Quando Jesus entrou em casa, os discípulos perguntaram-Lhe em particular: «Porque não pudemos nós expulsá-lo?».
Jesus respondeu-lhes: «Este género de espíritos não se pode fazer sair, a não ser pela oração».



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo de Jerusalém, doutor da Igreja
Catequeses em Jerusalém, n.º 5, 12-13; PG 33, 520-524 (trad. Breviário, rev.)

A transmissão do Credo: «Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé.»

Na instrução e profissão da tua fé, abraça e conserva sempre só aquela que a Igreja agora te entrega, e que está fundamentada em toda a Escritura. Nem todos podem ler a Escritura, uns porque não sabem e outros porque estão demasiadamente ocupados. Por isso, a fim de que ninguém pereça por causa da ignorância, resumimos todo o dogma da fé nos poucos versículos do Credo. [...]

Conserva em tua memória estas palavras tão simples que ouves agora, e a seu tempo buscarás na Escritura o fundamento de cada um dos artigos. Esse símbolo da fé não foi composto segundo o parecer dos homens; as verdades que ele contém foram seleccionadas entre os pontos mais importantes de toda a Escritura, e resumem toda a doutrina da fé. E, assim como a semente de mostarda, apesar de ser um grão tão pequeno, contém em gérmen muitos ramos (Mt 13,32), também o símbolo da fé condensa em breves palavras o núcleo de toda a Revelação, contida tanto no Antigo como no Novo Testamento.

Portanto, irmãos, conservai cuidadosamente a tradição que agora recebeis e gravai-a profundamente em vossos corações (2Cor 3,3). [...] Diz o Apóstolo: «Ordeno-vos na presença de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Jesus Cristo, que deu testemunho diante de Pôncio Pilatos, que guardeis sem mancha até à aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo» (1Tim 6,13s) a fé que recebestes.







sábado, 14 de maio de 2016

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Domingo, dia 15 de Maio de 2016

SOLENIDADE DE PENTECOSTES - Ano C
Domingo de Pentecostes (ofício próprio)

S. Manços, bispo lendário de Évora, mártir (séc. I), S. Frei Gil de Santarém, presbítero, +1265, Santa Joana de Lestonnac, viuva, religiosa, fundadora, +1640

Comentário do dia
Santo Agostinho : Pentecostes, o coroamento da Páscoa

Actos 2,1-11.

Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar.
Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam.
Viram então aparecer uma espécie de línguas de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem.
Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as nações que há debaixo do céu.
Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou muito admirada, pois cada qual os ouvia falar na sua própria língua.
Atónitos e maravilhados, diziam: «Não são todos galileus os que estão a falar?
Então, como é que os ouve cada um de nós falar na sua própria língua?
Partos, medos, elamitas, habitantes da Mesopotâmia, da Judeia e da Capadócia, do Ponto e da Ásia,
da Frígia e da Panfília, do Egipto e das regiões da Líbia, vizinha de Cirene, colonos de Roma,
tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes, ouvimo-los proclamar nas nossas línguas as maravilhas de Deus».


Romanos 8,8-17.

Irmãos: Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus.
Vós não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito, se é verdade que o Espírito de Deus habita em vós. Mas se alguém não tem o Espírito de Cristo, não Lhe pertence.
Se Cristo está em vós, embora o vosso corpo seja mortal por causa do pecado, o espírito permanece vivo por causa da justiça.
E se o Espírito d'Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós.
Assim, irmãos, já não somos devedores à carne, para vivermos segundo a carne.
Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas se pelo espírito fizerdes morrer as obras da carne, vivereis.
Porque todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
Vós não recebestes um espírito de escravidão para recair no temor, mas o Espírito de adoção filial, pelo qual exclamamos: «Abá, Pai».
O próprio Espírito Santo dá testemunho, em união com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus.
Se somos filhos, também somos herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo; Se sofrermos com Ele, também com Ele seremos glorificados.


João 14,15-16.23b-26.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se Me amardes, guardareis os meus mandamentos.
E Eu pedirei ao Pai, que vos dará outro Paráclito, para estar sempre convosco.
Quem Me ama guardará a minha palavra, e meu Pai o amará; Nós viremos a Ele e faremos nele a nossa morada.
Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou.
Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco.
Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse.



Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Sermão 155

Pentecostes, o coroamento da Páscoa

O povo judeu celebrava a Páscoa, como sabeis, com a imolação de um cordeiro, que depois comia com pães ázimos. Esta imolação do cordeiro prefigurava a imolação de Jesus Cristo, e os pães ázimos, a vida nova purificada do velho fermento. [...] E, cinquenta dias depois da Páscoa, este mesmo povo festejava o momento em que Deus lhe dera, sobre o Monte Sinai, a Lei escrita com sua mão, com seu dedo. À figura da Páscoa sucede a Páscoa em plenitude (1Cor 5,7): Jesus Cristo foi imolado e fez-nos passar da morte à vida. A palavra Páscoa significa «passagem», e é isso que o evangelista exprime ao dizer: «Chegada a hora em que Jesus havia de passar deste mundo para o Pai...» (Jo 13,1) [...]

Cinquenta dias depois, o Espírito Santo, «o dedo de Deus» (Lc 11,20), desce sobre os discípulos. Mas vede que diferença de circunstâncias em relação ao Sinai. Lá, o povo mantinha-se ao longe, dominado pelo temor e não pelo amor. [...] Pelo contrário, quando o Espírito Santo desceu, os discípulos estavam todos reunidos num mesmo lugar, e o Espírito, longe de os atemorizar do alto da montanha, entra na casa onde eles estavam reunidos.

«Viram», diz a Escritura, «umas línguas, à maneira de fogo, que se iam dividindo». Tratar-se-ai de um fogo que semeava o temor? De maneira nenhuma! Essas línguas de fogo poisaram sobre cada um deles e eles começaram a falar diversas línguas, conforme o Espírito lhes inspirava que se exprimissem. Escutai as línguas que eles falam e compreendei que é o Espírito quem escreve, não sobre a pedra, mas nos corações (2Cor 3,3). Assim, pois, a lei do Espírito de vida, escrita no coração e não sobre a pedra, a lei do Espírito de vida, digo, está em Jesus em quem a Páscoa foi celebrada na plenitude da verdade.







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