terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

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Quarta-feira, dia 01 de Março de 2017

Quarta-feira de cinzas
QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Beato Miguel Carvalho e companheiros, mártires, +1624, S. Rosendo, bispo, +977, Santo Albino, bispo, +550

Comentário do dia
São Máximo de Turim : Quarenta dias que nos conduzem ao batismo na morte e ressurreição de Cristo

Joel 2,12-18.

Diz agora o Senhor: «Convertei-vos a Mim de todo o coração, com jejuns, lágrimas e lamentações.
Rasgai o vosso coração e não os vossos vestidos. Convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque Ele é clemente e compassivo, paciente e misericordioso, pronto a desistir dos castigos que promete.
Quem sabe se Ele não vai reconsiderar e desistir deles, deixando atrás de Si uma bênção, para oferenda e libação ao Senhor, vosso Deus?
Tocai a trombeta em Sião, ordenai um jejum, proclamai uma reunião sagrada. Reuni o povo,
convocai a assembleia, congregai os anciãos, reuni os jovens e as crianças. Saia o esposo do seu aposento e a esposa do seu tálamo.
Entre o vestíbulo e o altar, chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, dizendo: 'Perdoai, Senhor, perdoai ao vosso povo e não entregueis a vossa herança à ignomínia e ao escárnio das nações. Porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?'».
O Senhor encheu-Se de zelo pela sua terra e teve compaixão do seu povo.


2 Cor. 5,20-21.6,1-2.

Irmãos: Nós somos embaixadores de Cristo; é Deus quem vos exorta por nosso intermédio. Nós vos pedimos em nome de Cristo: reconciliai-vos com Deus.
A Cristo, que não conhecera o pecado, Deus identificou-O com o pecado por causa de nós, para que em Cristo nos tornemos justiça de Deus.
Como colaboradores de Deus, nós vos exortamos a que não recebais em vão a sua graça.
Porque Ele diz: «No tempo favorável, Eu te ouvi; no dia da salvação, vim em teu auxílio». Este é o tempo favorável, este é o dia da salvação.


Mateus 6,1-6.16-18.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus.
Assim, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita,
para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
Quando rezardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa.
Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto,
para que os homens não percebam que jejuas, mas apenas o teu Pai, que está presente no que é oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo
Sermão 28

Quarenta dias que nos conduzem ao batismo na morte e ressurreição de Cristo

«Ouvi-te no tempo favorável; socorri-te no dia da salvação» (Is 49,8). E o apóstolo Paulo continua a citação com as palavras: «É este o tempo favorável; é este o dia da salvação» (2Cor 6,2). Também eu vos tomo por testemunhas: eis os dias da redenção, eis chegado de algum modo o momento da cura espiritual; podemos aliviar todas as nódoas dos nossos vícios, todas as feridas dos nossos pecados, se o rogarmos constantemente ao médico da nossa alma, se [...] não negligenciarmos nenhuma das suas prescrições. [..].

O médico é Nosso Senhor Jesus Cristo, que disse: «Sou Eu que faço morrer, sou Eu que faço viver» (Dt 32,39). O Senhor começa por fazer morrer, depois torna a dar a vida. Pelo batismo, Ele destrói em nós adultérios, homicídios, crimes e roubos; depois faz-nos reviver, como homens novos, na imortalidade eterna. Morremos para os nossos pecados pelo batismo, e retomamos a vida no Espírito da vida. [...] Entreguemo-nos ao médico com paciência, para recuperarmos a saúde. Ele podará, cortará e retirará tudo o que tiver descoberto em nós de indigno, de manchado pelo pecado, de corroído pelas úlceras, por forma a que, uma vez eliminadas todas as feridas do demónio, só exista em nós o que é de Deus.

Eis a primeira das suas prescrições: consagrar quarenta dias ao jejum, à oração, às vigílias. O jejum cura a frouxidão, a oração alimenta a alma religiosa, as vigílias repelem as armadilhas do diabo. Depois deste tempo consagrado a todas estas observâncias, a alma, purificada e provada por tantos exercícios, chega ao batismo, recuperando as forças pelo mergulho nas águas do Espírito; e tudo o que tinha sido queimado pelas chamas das doenças renasce pelo orvalho da graça do céu. [...] Por um novo nascimento, renascemos outros.







segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

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Terça-feira, dia 28 de Fevereiro de 2017

Terça-feira da 8ª semana do Tempo Comum

S. Torcato, bispo, séc. I, Beato Daniel Brottier, presbítero, +1936

Comentário do dia
São Francisco de Sales : «Receberá cem vezes mais, já neste mundo»

Sirac 35,1-15.

Cumprir a lei equivale a muitas oferendas,
ser fiel aos mandamentos é um sacrifício de salvação.
Dar graças é uma oblação de flor de farinha
e a esmola é um sacrifício de louvor.
O que mais agrada ao Senhor é desviar-se do mal, afastar-se da injustiça é um sacrifício de expiação.
Não te apresentes diante do Senhor de mãos vazias,
todos estes sacrifícios se oferecem porque são mandados por Deus.
A oferenda do justo enriquece o altar e o seu agradável perfume sobe à presença do Altíssimo.
O sacrifício do justo é agradável ao Senhor e o seu memorial não será esquecido.
Dá glória ao Senhor com generosidade e não sejas mesquinho nas primícias que ofereces.
Em todas as tuas oferendas mostra um rosto alegre e consagra o dízimo de boa vontade.
Dá ao Altíssimo conforme Ele te deu, com generosidade, segundo as tuas posses.
Porque o Senhor sabe retribuir e te dará sete vezes mais.
Não tentes suborná-l'O com presentes, porque não os aceitará.
Nem confies num sacrifício injusto, porque o Senhor é juiz e não faz aceção de pessoas.


Marcos 10,28-31.

Naquele tempo, Pedro começou a dizer a Jesus: «Vê como nós deixámos tudo para Te seguir».
Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: Todo aquele que tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras, por minha causa e por causa do Evangelho,
receberá cem vezes mais, já neste mundo, em casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, juntamente com perseguições, e, no mundo futuro, a vida eterna.
Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Francisco de Sales (1567-1622), bispo de Genebra, doutor da Igreja
Introdução à vida devota, parte 3, cap. 15

«Receberá cem vezes mais, já neste mundo»

As coisas que possuímos não são nossas. Deus deu-no-las para que as cultivemos e quer que as tornemos frutuosas e úteis. [...] Prescindi sempre, portanto, de uma parte dos vossos meios e dai-a aos pobres de bom coração. [...] É verdade que Deus vo-lo devolverá, não só no outro mundo, mas também já neste, porque não há coisa que mais nos faça prosperar do que a esmola; mas, enquanto esperais que Deus vo-lo torne, estareis já mais pobres com aquilo que destes, e como é santo e rico o empobrecimento que advém de se ter dado esmola!

Amai os pobres e a pobreza, porque por este amor tornar-vos-eis verdadeiramente pobres, tal como está dito nas Escrituras: tornamo-nos aquilo que amamos (cf Os 9,10). O amor torna os amantes iguais: «Quem é fraco, sem que eu o seja também?», pergunta São Paulo (2Cor 11,29). Poderia ter perguntado: «Quem é pobre, sem que eu o seja também?», porque o amor tornava-o igual àqueles a quem amava. Portanto, se amais os pobres, sereis verdadeiramente participantes na sua pobreza, e pobres como eles. Assim, se amais os pobres, ide com frequência para o meio deles: tende prazer em os receber em vossas casas e em visitá-los; conversai de bom grado com eles, ficai felizes por eles se aproximarem de vós na igreja, na rua ou em qualquer outro local. Sede pobres de língua para com eles, falando-lhes como a amigos, mas sede ricos de mãos, largamente lhes dando dos vossos bens, pois os tendes em muito maior abundância.

Quereis fazer ainda mais? Tornai-vos servos dos pobres; ide servi-los [...] com as vossas próprias mãos [...] e a expensas vossas. Maior triunfo há neste serviço do que na realeza.







domingo, 26 de fevereiro de 2017

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Segunda-feira, dia 27 de Fevereiro de 2017

Segunda-feira da 8ª semana do Tempo Comum

S. Gabriel de Nossa Senhora das Dores, confessor, +1862, S. Leandro, bispo, +600

Comentário do dia
Leão XIII : «Segue-Me»

Sirac 17,20-28.

O Senhor permite que voltem para Ele os que se arrependem e reconforta aqueles que tinham perdido a esperança.
Converte-te ao Senhor e abandona o pecado,
ora na sua presença e atenua assim a tua ofensa.
Volta-te para o Altíssimo e afasta-te da injustiça e detesta profundamente a iniquidade.
Conhece a justiça e os juízos de Deus e permanece constante na oferenda e na oração ao Deus Altíssimo.
Quem louvará o Altíssimo na morada dos mortos, em lugar dos vivos e de todos os que O glorificam?
Anda na companhia do povo santo com aqueles que vivem e proclamam a glória de Deus. Não te detenhas no erro dos ímpios, louva o Senhor antes da tua morte; o morto, como se não existisse, deixa de O louvar.
Louva o Senhor enquanto viveres, louva-O enquanto tens vida e saúde, louva a Deus e glorifica-O pela sua misericórdia.
Como é grande a misericórdia do Senhor e o seu perdão para os que a Ele se convertem!


Marcos 10,17-27.

Naquele tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d'Ele e Lhe perguntou: «Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?».
Jesus respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus.
Tu sabes os mandamentos: 'Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe'».
O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude».
Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me».
Ao ouvir estas palavras, o homem ficou abatido e retirou-se pesaroso, porque era muito rico.
Então Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!».
Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus!
É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus».
Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode então salvar-se?».
Fitando neles os olhos, Jesus respondeu: «Aos homens é impossível, mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Leão XIII (1810-1903), papa
Encíclica Rerum Novarum, 20

«Segue-Me»

Que os deserdados da sorte aprendam da Igreja que, segundo o julgamento do próprio Deus, a pobreza não é um opróbrio e que não é preciso corar por se ter de ganhar o pão pelo trabalho. É o que Jesus Cristo Nosso Senhor confirmou pelo seu exemplo, Ele que, «sendo tão rico, se fez pobre» para salvação de todos os homens (2Cor 8,9). Ele, o Filho de Deus e Ele próprio Deus, quis passar aos olhos do mundo pelo filho de um operário; foi ao ponto de consumir uma grande parte da sua vida num trabalho remunerado. «Não é este o carpinteiro, o filho de Maria?» (Mc 6,3)
Quem tenha sob o olhar o modelo divino compreenderá que a verdadeira dignidade do homem e a sua excelência residem nos seus costumes, quer dizer na sua virtude; a virtude é o património comum dos mortais, ao alcance de todos, pequenos e grandes, pobres e ricos; só a virtudes e os méritos, onde quer que se encontrem, obterão a recompensa da beatitude eterna. Mais, é para as classes desafortunadas que o coração de Deus parece inclinar-se mais. Jesus Cristo chama aos pobres bem-aventurados (Lc 6, 20); Ele convida com amor todos aqueles que sofrem e que choram a virem a Ele, para os consolar (Mt 11, 28); Ele beija com uma caridade mais terna os pequenos e os oprimidos. Estas doutrinas são certamente feitas para humilhar a alma altiva do rico e o tornar mais compassivo, para elevar a coragem dos que sofrem e lhes inspirar confiança.







sábado, 25 de fevereiro de 2017

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Domingo, dia 26 de Fevereiro de 2017

8º Domingo do Tempo Comum
8º Domingo do Tempo Comum - Ano A (semana IV do saltério)

S. Porfírio de Gaza, bispo, +420, Santo Alexandre, bispo, +328

Comentário do dia
Santa Clara : Escolher a porta estreita

Is. 49,14-15.

Sião dizia: «O Senhor abandonou-me, o meu dono esqueceu-se de mim.»
Pode a mulher esquecer-se da criança que amamenta e não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Mas ainda que ela o esquecesse, Eu nunca te esquecerei».


1 Cor. 4,1-5.

Irmãos: Todos nos devem considerar como servos de Cristo e administradores dos mistérios de Deus.
Ora o que se requer nos administradores é que sejam fiéis.
Quanto a mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por um tribunal humano; nem sequer me julgo a mim próprio.
De nada me acusa a consciência, mas não é por isso que estou justificado:
quem me julga é o Senhor. Portanto, não façais qualquer juízo antes do tempo, até que venha o Senhor, que há de iluminar o que está oculto nas trevas e manifestar os desígnios dos corações. E então cada um receberá da parte de Deus o louvor que merece.


Mateus 6,24-34.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário?
Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas?
Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura?
E porque vos inquietais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam;
mas Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles.
Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?
Não vos inquieteis, dizendo: 'Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?'
Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso.
Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo.
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santa Clara (1193-1252), monja franciscana
Carta a Inês de Praga, 25-29

Escolher a porta estreita

Estou certa de que sabeis que o Reino dos Céus não foi prometido nem é dado pelo Senhor senão aos pobres (cf Mt 5,3), porque quando nos prendemos a uma coisa cá de baixo, perdemos o fruto da caridade.

Não podemos servir, ao mesmo tempo, a Deus e a Mámon, porque, ou um deles é amado e o outro detestado, ou um deles é servido e o outro desprezado; um homem vestido não consegue lutar contra um adversário nu, porque este pode agarrar-lhe as vestes e vencê-lo sem demora; não podemos ter a esperança de viver com brilho neste mundo e reinar com Cristo no outro; mais depressa um camelo passará pelo fundo de uma agulha que um rico passará pela porta do Céu (cf Mt 19,24).

Foi por isso que rejeitastes essas vestes que são as riquezas temporais, a fim de não serdes vencida na luta, e escolhestes o caminho inclinado e a porta estreita, a fim de poderdes entrar no Reino dos Céus (cf Mt 7,13-14).







sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

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Sabado, dia 25 de Fevereiro de 2017

Sábado da 7a semana do Tempo Comum

S. Luis Versiglia, bispo, mártir, +1930, S. Calisto Caravário, presbítero, mártir, +1930, S. Sebastião de Aparício, leigo, confessor, +1600

Comentário do dia
Hermas : ««Deixai vir a Mim as criancinhas [...]: dos que são como elas é o reino de Deus. »

Sirac 17,1-13.

O Senhor criou os homens a partir da terra, e a ela de novo os faz voltar.
Determinou-lhes um tempo e um número de dias, e deu-lhes domínio sobre tudo o que há na terra.
Revestiu-os de força como a si mesmo e fê-los à sua própria imagem.
Fê-los temidos de todo o ser vivo, e impôs o seu domínio sobre os animais e as aves.
Eles receberam o uso dos cinco poderes do Senhor; como sexto foi-lhes dada a participação da inteligência, e como sétimo, a razão, intérprete dos seus poderes.
Dotou-os de inteligência, língua e olhos, de ouvidos e dum coração para pensar.
Encheu-os de saber e de inteligência, e mostrou-lhes o bem e o mal.
Pôs o seu olhar sobre os seus corações, a fim de lhes mostrar a grandeza das suas obras.
E lhes concedeu que celebrassem eternamente as suas maravilhas.
Louvarão o nome de Deus Santo, publicando a magnificência das suas obras.
Concedeu-lhes a ciência, e deu-lhes em herança a lei da vida.
Concluiu com eles uma Aliança eterna, e revelou-lhes os seus decretos.
Viram com os próprios olhos a grandeza da sua glória, os seus ouvidos escutaram a majestade da sua voz.


Marcos 10,13-16.

Naquele tempo, apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas.
Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele».
E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Hermas (século II)
O Pastor, parábola 9, 24.29

««Deixai vir a Mim as criancinhas [...]: dos que são como elas é o reino de Deus. »

O Pastor mostrou-me uma montanha onde as ervas eram verdes e viçosas; tudo estava florescente, e os rebanhos e os pássaros encontravam aí o seu alimento. Ele disse-me: «Os crentes daqui são simples, inocentes, felizes, sem qualquer ressentimento uns contra os outros, mas, pelo contrário, alegres servidores de Deus. Revestidos do santo espírito das virgens, cheios de compaixão por todos os homens, proveem, com o suor do seu rosto, às necessidades de todos os seus semelhantes, sem murmurações nem hesitação. Vendo a sua simplicidade e toda a sua candura infantil, o Senhor fez prosperar o trabalho das suas mãos e abençoou todas as suas empresas. [...] Todos vós que agis assim, permanecei desse modo, e a vossa prosperidade não desaparecerá jamais» [...]

Depois, ele mostrou-me uma bela montanha toda branca: «Aqui os crentes assemelham-se às criancinhas que não têm qualquer ideia do que é o mal; como elas, nunca souberam o que é a maldade, mas guardaram sempre a inocência da infância. Esses homens irão seguramente habitar no reino de Deus, porque não violaram os mandamentos de Deus, mas perseveraram todos os dias da sua vida na candura e nos sentimentos da sua infância. Todos vós que perseverais nesta via sereis "como criancinhas", sem malícia, sereis glorificados mais que todos os outros, porque as criancinhas são gloriosas diante de Deus e os primeiros a seus olhos. Bem-aventurados, pois, todos vós que afastardes a malícia para vos revestirdes de inocência; primeiro que todos os outros, vivereis para Deus. »







quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

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Sexta-feira, dia 24 de Fevereiro de 2017

Sexta-feira da 7ª semana do Tempo Comum

S. Sérgio, mártir, +304, S. Lázaro, monge, séc. IX

Comentário do dia
São Tiago de Sarug : «Os dois serão uma só carne»

Sirac 6,5-17.

Palavras amáveis multiplicam os amigos, a linguagem afável atrai muitas respostas agradáveis.
Procura estar de bem com muitos, mas escolhe para conselheiro um entre mil.
Se queres ter um amigo, põe-no primeiro à prova, não confies nele muito depressa.
Com efeito, há amigos de ocasião, que não são fiéis no dia da tribulação.
Há amigo que se torna inimigo, que desvendará as tuas fraquezas, para tua vergonha.
Há amigo que só o é para a mesa, e que deixará de o ser no dia da desgraça;
na tua prosperidade mostra-se igual a ti, dirigindo-se com à vontade aos teus servos;
mas, se te colhe o infortúnio, volta-se contra ti, e oculta-se da tua presença.
Afasta-te daqueles que são teus inimigos, e está alerta com os teus amigos.
Um amigo fiel é uma poderosa protecção; quem o encontrou, descobriu um tesouro.
Nada se pode comparar a um amigo fiel, e nada se iguala ao seu valor.
Um amigo fiel é um bálsamo de vida; os que temem o Senhor acharão tal amigo.
O que teme o Senhor terá também boas amizades, porque o seu amigo será semelhante a ele.


Marcos 10,1-12.

Naquele tempo, Jesus pôs-Se a caminho e foi para o território da Judeia, além do Jordão. Voltou a reunir-se uma grande multidão junto de Jesus e Ele, segundo o seu costume, começou de novo a ensiná-la.
Aproximaram-se então de Jesus uns fariseus, que, para O porem à prova, Lhe perguntaram: «Pode um homem repudiar a sua mulher?».
Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?».
Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio para se repudiar a mulher».
Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei.
Mas, no princípio da criação, 'Deus fê-los homem e mulher.
Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa,
e os dois serão uma só carne'. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne.
Portanto, não separe o homem o que Deus uniu».
Em casa, os discípulos interrogaram-n'O de novo sobre este assunto.
Jesus disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira.
E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Tiago de Sarug (c. 449-521), monge e bispo sírio
Homília sobre o sexto dia

«Os dois serão uma só carne»

«Façamos o homem à nossa imagem e semelhança», disse Deus (Gn 1,26). Uma simples ordem fez surgir os outros seres da criação: «Haja luz», ou «Haja um firmamento». Desta vez, porém, Deus não disse: «Haja o homem», mas: «Façamos o homem» Com efeito, achou conveniente dar forma com as suas próprias mãos a esta imagem de Si próprio, superior a todas as outras criaturas. Esta obra era-Lhe particularmente próxima; Ele tinha-lhe um grande amor. [...] Adão é a imagem de Deus porque traz a efígie do Filho único. [...]

De certo modo, Adão foi criado simultaneamente singelo e duplo: Eva encontrava-se escondida nele. Antes mesmo de eles existirem, a humanidade estava destinada ao casamento, que os levaria, homem e mulher, a um só corpo, como no início. Nenhuma querela, nenhuma discórdia, se devia levantar entre eles. Teriam um mesmo pensamento, uma mesma vontade. [...] O Senhor formou Adão do pó e da água; quanto a Eva, tirou-a da carne, dos ossos e do sangue de Adão (Gn 2,21). O profundo sono do primeiro homem antecipa os mistérios da crucifixão. A abertura do lado era o golpe de lança sofrido pelo Filho único; o sono, a morte na cruz; o sangue e a água, a fecundidade do batismo (Jo 19,34). [...] Mas a água e o sangue que correram do lado do Salvador são a origem do mundo do Espírito. [...]

Adão não sofreu com a amputação feita na sua carne; o que lhe foi subtraído foi-lhe restituído, transfigurado pela beleza. O sopro do vento, o murmúrio das árvores, o canto dos pássaros chamava os noivos: «Levantai-vos, já dormistes o suficiente! A festa nupcial espera-vos!» [...] Adão viu Eva a seu lado, aquela que era a sua carne e os seus ossos, sua filha, sua irmã, sua esposa. Levantaram-se os dois, envoltos numa veste de luz, no dia que lhes sorria: estavam no Paraíso.







quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

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Quinta-feira, dia 23 de Fevereiro de 2017

Quinta-feira da 7ª semana do Tempo Comum

S. Policarpo, bispo, mártir, +155, Beata Rafaela Ibarra, leiga, fundadora, +1900

Comentário do dia
Beato Paulo VI : «Se a tua mão é para ti ocasião de pecado»: a conversão do coração

Sirac 5,1-10.

Não te fies nas tuas riquezas, e não digas: «Tenho suficiente para mim.»
Não sigas os teus desejos e a tua força, indo atrás das paixões do coração.
Não digas: «Quem terá poder sobre mim?», porque o Senhor te punirá certamente.
Não digas: «Pequei, e que me aconteceu de mal?», porque o Senhor é lento em castigar.
Não vivas confiado no perdão, acumulando pecado sobre pecado.
Não digas: «A misericórdia do Senhor é grande, Ele terá compaixão da multidão dos meus pecados!», porque nele a misericórdia e a ira caminham juntas; e o seu furor cairá sobre os pecadores.
Não tardes em te converter ao Senhor, não adies, de dia para dia, porque a ira do Senhor virá de repente, e Ele te fará perecer no dia do castigo.
Não confies em riquezas injustas, pois de nada te servirão no dia da desventura.
Não te voltes a todos os ventos, e não andes por todos os caminhos; assim se comporta o pecador de linguagem dúplice.
Sê firme nas tuas convicções, e uma só seja a tua palavra.


Marcos 9,41-50.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus díscípulos:  «Quem vos der a beber um copo de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.»
Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que creem em Mim, melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós movidas por um jumento e o lançassem ao mar.
Se a tua mão é para ti ocasião de pecado, corta-a; porque é melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo que não se apaga.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o; porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena.
onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
E se um dos teus olhos é para ti ocasião de pecado, deita-o fora; porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e ser lançado na Geena,
onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga».
Na verdade, todos serão salgados com fogo.
O sal é coisa boa; mas se ele perder o sabor, com que haveis de temperá-lo? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Beato Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978
Constituição apostólica «Paenitemini»

«Se a tua mão é para ti ocasião de pecado»: a conversão do coração

Não se pode alcançar o Reino anunciado por Cristo senão pela conversão, a «metanoia», ou seja, pela mudança e a renovação íntima e total de todo o homem, dos seus pensamentos, dos seus juízos e da sua vida, mudança e renovação que se operam nele à luz da santidade e do amor de Deus, que nos foram manifestados e comunicados em plenitude no Filho.

O convite do Filho à «metanoia» obriga-nos tanto mais, quanto Ele não Se limitou a pregá-lo, mas Se ofereceu a Si próprio como exemplo. Cristo é, com efeito, o modelo supremo dos penitentes, Ele que quis sofrer, não pelos seus pecados, mas pelos pecados dos outros.

Quando se coloca diante de Cristo, o homem é iluminado por uma luz nova, e reconhece a santidade de Deus e a gravidade do pecado. Pela palavra de Cristo, é-lhe transmitida a mensagem que convida à conversão e concede o perdão dos pecados. O homem recebe estes dons em plenitude no batismo, que o configura à Paixão, morte e ressurreição do Senhor. É sob o signo deste mistério que se coloca toda a vida futura do batizado.

Todo o cristão deve, pois, seguir o Mestre, renunciando a si mesmo, levando a sua cruz e participando nos sofrimentos de Cristo (Mt 16,24). Assim, transfigurado em imagem da sua morte, torna-se capaz de meditar na glória da ressurreição.







terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

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Quarta-feira, dia 22 de Fevereiro de 2017

Cádeira de São Pedro, apóstolo - festa
Cadeira de São Pedro

Beato Diogo Carvalho, presbítero, mártir, +1624

Comentário do dia
São Leão Magno : «Sobre esta pedra, edificarei a minha Igreja»

1 Pedro 5,1-4.

Caríssimos: Aos presbíteros que há entre vós, eu – presbítero como eles e que fui testemunha dos padecimentos de Cristo e também participante da glória que se há-de manifestar – dirijo-vos esta exortação:
Apascentai o rebanho de Deus que vos foi confiado, governando-o não à força, mas de boa vontade, tal como Deus quer; não por um mesquinho espírito de lucro, mas com zelo;
não com um poder autoritário sobre a herança do Senhor, mas como modelos do rebanho.
E, quando o supremo Pastor se manifestar, então recebereis a coroa imperecível da glória.


Mateus 16,13-19.

Naquele tempo, Jesus foi para os lados de Cesareia de Filipe e perguntou aos seus discípulos: «Quem dizem os homens que é o Filho do homem?».
Eles responderam: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas».
Jesus perguntou: «E vós, quem dizeis que Eu sou?».
Então, Simão Pedro tomou a palavra e disse: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».
Jesus respondeu-lhe: «Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus.
Também Eu te digo: Tu és Pedro; sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Leão Magno (?-c. 461), papa, doutor da Igreja
Sermão para o aniversário da sua ordenação episcopal

«Sobre esta pedra, edificarei a minha Igreja»

Irmãos, quando tenho de cumprir os deveres do meu cargo episcopal, descubro que sou fraco e cobarde, carregado com a fragilidade da minha própria condição, embora deseje agir com generosidade e coragem. No entanto, bebo a minha força na intercessão incansável do Sacerdote todo-poderoso e eterno que, semelhante a nós mas igual ao Pai, humilhou a sua divindade até ao nível do homem e elevou a humanidade até ao nível de Deus, encontrando uma justa e sã alegria nas disposições que Ele tomou. Com efeito, delegando em numerosos pastores o cuidado do seu rebanho, Ele não abandonou a guarda das suas ovelhas bem-amadas. Graças a esta assistência fundamental e eterna, recebi eu mesmo a proteção e o apoio do apóstolo Pedro, que também não abandona as suas funções. Este sólido alicerce, sobre o qual se eleva a Igreja em toda a sua altura, não se cansa nunca de sustentar a massa do edifício que sobre ele repousa.

A firmeza desta fé, pela qual o primeiro dos apóstolos foi louvado, nunca desfalece. Assim como permanece tudo o que Pedro professou, de igual modo permanece o que Cristo estabeleceu em Pedro, e permanece a disposição querida pela vontade de Deus. S. Pedro persevera na solidez que recebeu: não abandonou o leme da Igreja, que foi deixado nas suas mãos. Eis, meus irmãos, o que obteve aquela profissão de fé inspirada por Deus Pai ao coração do apóstolo: este recebeu a solidez de uma pedra que nenhum assalto pode deslocar. Em toda a Igreja, Pedro proclama dia após dia: «Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo».







segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

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Terça-feira, dia 21 de Fevereiro de 2017

Terça-feira da 7ª semana do Tempo Comum

S. Pedro Damião, bispo, Doutor da Igreja, +1072

Comentário do dia
Santo Ireneu de Lyon : «Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe»

Sirac 2,1-11.

Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, prepara a tua alma para a provação.
Endireita o teu coração e sê constante, não te perturbes no tempo do infortúnio.
Conserva-te unido a Ele e não te separes, para teres bom êxito no teu momento derradeiro.
Aceita tudo o que te acontecer, e tem paciência nas vicissitudes da tua humilhação,
porque no fogo se prova o ouro e os eleitos de Deus, no cadinho da humilhação. Nas doenças e na pobreza, confia nele.
Confia em Deus e Ele te salvará, endireita os teus caminhos e espera nele.
Vós que temeis o Senhor, esperai na sua misericórdia, e não vos afasteis, para não cairdes.
Vós que temeis o Senhor, confiai nele, a vossa recompensa não vos faltará.
Vós, que temeis o Senhor, contai com a prosperidade, a alegria eterna e a misericórdia, pois a sua recompensa é um dom eterno e jubiloso.
Considerai as gerações antigas e vede: quem confiou no Senhor e foi confundido? Quem perseverou no temor do Senhor e foi abandonado? Quem o invocou e se sentiu desprezado?
Porque o Senhor é compassivo e misericordioso, perdoa os pecados e salva no tempo da aflição.


Marcos 9,30-37.

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos caminhavam através da Galileia. Jesus não queria que ninguém o soubesse;
porque ensinava os discípulos, dizendo-lhes: «O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens, que vão matá-l'O; mas Ele, três dias depois de morto, ressuscitará».
Os discípulos não compreendiam aquelas palavras e tinham medo de O interrogar.
Quando chegaram a Cafarnaum e já estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «Que discutíeis no caminho?».
Eles ficaram calados, porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.
Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes: «Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos».
E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a e disse-lhes:
«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber não Me recebe a Mim, mas Àquele que Me enviou».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
«Contra as heresias»

«Quem receber uma destas crianças em meu nome é a Mim que recebe»

Deus não poderia ter feito o homem perfeito logo desde o princípio? Tudo é possível a Deus, que desde sempre é idêntico a Si mesmo e que não foi criado. Mas os seres criados, porque a sua existência começou depois da de Deus, são necessariamente inferiores àquele que os criou. [...] Porque são criados, não são perfeitos; quando chegam ao mundo, são como crianças e, tal como as crianças, não estão acostumados nem treinados para uma conduta perfeita. [...} Naturalmente que Deus podia dar ao homem a perfeição desde o princípio; mas o homem era incapaz de a receber, porque era apenas uma criança.

Foi por isso que Nosso Senhor, nos últimos tempos, quando recapitulou em Si todas as coisas (Ef 1,10), veio até nós, não de acordo com o seu poder, mas tal como nós éramos capazes de O ver. Na verdade, Ele teria podido vir na sua glória inexprimível, mas nós não éramos ainda capazes de suportar a grandeza dessa glória. [...} O Verbo de Deus, que era perfeito, fez-Se criança para com o homem, não por sua causa, mas por causa do estado de infância em que o homem se encontrava.







domingo, 19 de fevereiro de 2017

padrecavalieri@uol.com.br


Segunda-feira, dia 20 de Fevereiro de 2017

Segunda-feira da 7ª semana do Tempo Comum

Beato Francisco Marto, vidente de Fátima, +1919, Beata Jacinta Marto, vidente de Fátima, +1920, Santo Eleutério, bispo, mártir, +532

Comentário do dia
Isaac o Sírio : «Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé».

Sirac 1,1-10.

Toda a sabedoria vem do Senhor e permanece junto dele para sempre.
A areia dos mares, as gotas da chuva, os dias da eternidade, quem os poderá contar?
A altura do céu, a extensão da terra, o abismo e a sabedoria, quem os poderá medir?
A sabedoria foi criada antes de todas as coisas, e a luz da inteligência, desde a eternidade.
A fonte da sabedoria é a palavra de Deus nos céus; os seus caminhos são os mandamentos eternos.
A quem foi revelada a raiz da sabedoria, e quem pode discernir os seus planos?
A quem foi manifestada a ciência da sabedoria? E quem pode compreender a riqueza dos seus caminhos?
Só há um sábio, sumamente temível: o que está sentado no seu trono.
Foi o Senhor quem a criou, quem a viu e a mediu, e a difundiu sobre todas as suas obras,
e por todos os homens, segundo a sua liberalidade, e a comunicou àqueles que o amam. O amor do Senhor é uma sabedoria gloriosa.Ele a comunica àqueles a quem se revela, para que o vejam.


Marcos 9,14-29.

Naquele tempo, Jesus desceu do monte, com Pedro, Tiago e João. Ao chegarem junto dos outros discípulos, viram uma grande multidão à sua volta e os escribas a discutir com eles.
Logo que viu Jesus, a multidão ficou surpreendida e correu a saudá-l'O.
Jesus perguntou-lhes: «Que estais a discutir?».
Alguém Lhe respondeu do meio da multidão: «Mestre, eu trouxe-Te o meu filho, que tem um espírito mudo.
Quando o espírito se apodera dele, lança-o por terra, e ele começa a espumar, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram».
Tomando a palavra, Jesus disse-lhes: «Oh geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de vos suportar? Trazei-mo aqui».
Levaram-no para junto d'Ele. Quando viu Jesus, o espírito sacudiu fortemente o menino, que caiu por terra e começou a rebolar-se espumando.
Jesus perguntou ao pai: «Há quanto tempo lhe sucede isto?». O homem respondeu-lhe: «Desde pequeno.
E muitas vezes o tem lançado ao fogo e à água para o matar. Mas se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e socorre-nos».
Jesus disse: «Se posso?... Tudo é possível a quem acredita».
Logo o pai do menino exclamou: «Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé».
Ao ver que a multidão corria para junto d'Ele, Jesus falou severamente ao espírito impuro: «Espírito mudo e surdo, Eu te ordeno: sai deste menino e nunca mais entres nele».
O espírito, soltando um grito, agitou-o violentamente e saiu. O menino ficou como morto, de modo que muitas pessoas afirmavam que tinha morrido.
Mas Jesus tomou-o pela mão e levantou-o, e ele pôs-se de pé.
Quando Jesus entrou em casa, os discípulos perguntaram-Lhe em particular: «Porque não pudemos nós expulsá-lo?».
Jesus respondeu-lhes: «Este género de espíritos não se pode fazer sair, a não ser pela oração».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Isaac o Sírio (século VII), monge perto de Mossul
Discursos ascéticos (1ª série)

«Eu creio, mas ajuda a minha pouca fé».

A fé é a porta dos mistérios. O que os olhos do corpo são para as coisas sensíveis, é a fé para os olhos escondidos da alma. Tal como temos dois olhos do corpo, também temos dois olhos espirituais da alma, dizem os Padres da Igreja, e cada um tem uma visão própria.

Com um deles, vemos os segredos da glória de Deus, escondida nos seres da sua criação, isto é, o seu poder, a sua sabedoria e a sua providência eterna, que nos rodeia e de que nos apercebemos quando refletimos acerca da grandeza do alto da qual Ele nos conduz. Com esse mesmo olho, contemplamos também as ordens celestes e os anjos, nossos companheiros de serviço (Ap 22,9).

Com o outro olho, contemplamos a glória da santa natureza de Deus, quando Ele quer fazer-nos entrar nos seus mistérios espirituais e quando abre à nossa inteligência o oceano da fé.







sábado, 18 de fevereiro de 2017

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Domingo, dia 19 de Fevereiro de 2017

7º Domingo do Tempo Comum
7º Domingo do tempo comum - domingo III do saltério

S. Conrado de Placência, confessor, +1351, S. Bonifácio, bispo, +1265

Comentário do dia
São Cipriano : «Eu porém digo-vos: Não resistais ao homem mau»

Levit. 19,1-2.17-18.

O Senhor dirigiu-Se a Moisés nestes termos:
«Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: 'Sede santos, porque Eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo'.
Não odiarás do íntimo do coração os teus irmãos, mas corrigirás o teu próximo, para não incorreres em falta por causa dele.
Não te vingarás, nem guardarás rancor contra os filhos do teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor».


1 Cor. 3,16-23.

Irmãos: Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é santo, e vós sois esse templo.
Ninguém tenha ilusões. Se alguém entre vós se julga sábio aos olhos do mundo, faça-se louco, para se tornar sábio.
Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus, como está escrito: «Apanharei os sábios na sua própria astúcia».
E ainda: «O Senhor sabe como são vãos os pensamentos dos sábios».
Por isso, ninguém deve gloriar-se nos homens. Tudo é vosso:
Paulo, Apolo e Pedro, o mundo, a vida e a morte, as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso;
mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus.


Mateus 5,38-48.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: 'Olho por olho e dente por dente'.
Eu, porém, digo-vos: Não resistais ao homem mau. Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda.
Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto.
Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas.
Dá a quem te pedir e não voltes as costas a quem te pede emprestado.
Ouvistes que foi dito: 'Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo'.
Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem,
para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos.
Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos?
E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos?
Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir
Os benefícios da paciência, 15-16; SC 291

«Eu porém digo-vos: Não resistais ao homem mau»

«Suportai-vos uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade do espírito mediante o vínculo da paz» (Ef 4,2). Não é possível manter a unidade e a paz, se os irmãos não se encorajarem uns aos outros ao apoio mútuo, mantendo um bom entendimento graças à paciência. [...]

Perdoar ao irmão que nos ofende, não só setenta vezes sete vezes, mas todas as faltas, amar os inimigos, rezar pelos adversários e pelos perseguidores (Mt 5,39.44; 18,22) – como chegar aí se não formos firmes na paciência e na benevolência? É o que vemos em Estêvão [...]: em vez de pedir a vingança, pediu o perdão para os seus carrascos, dizendo: «Senhor, não lhes imputes este pecado» (At 7,60). Foi o que fez o primeiro mártir de Cristo [...], que se tornou, não só pregador da Paixão do Senhor, mas também imitador da sua paciente bondade.

Que dizer da cólera, da discórdia, da rivalidade? Que não têm lugar entre os cristãos. A paciência deve preencher o seu coração; nele não se encontrará nenhum destes males. [...] O apóstolo Paulo avisa-nos: «Não entristeçais o Espírito Santo de Deus [...]: fazei desaparecer da vossa vida tudo o que é amargura, raiva, cólera, gritos ou insultos» (Ef 4,30-31). O cristão que foge dos assaltos da sua natureza caída como de um mar em fúria, e se estabelece no porto de Cristo, na paz e na calma, não deve admitir no seu coração a cólera a desordem. Pois não lhe é permitido pagar o mal com o mal (Rom 12,17), nem conceber o ódio.







sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

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Sabado, dia 18 de Fevereiro de 2017

Sábado da 6ª semana do Tempo Comum

Santa Bernardete Soubirous, religiosa, + 1879, Beato João de Fiésole (Fra Angélico), religioso, +1455, S. Teotónio, religioso, +1162

Comentário do dia
Anastácio do Sinai : O mistério da crucifixão e a beleza do Reino de Deus

Heb. 11,1-7.

Irmãos: A fé é a garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades que não se veem.
Ela valeu aos antigos um bom testemunho.
Pela fé compreendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus e que as coisas visíveis provieram do invisível.
Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício melhor que o de Caim; graças a ela, mereceu ser chamado justo e Deus aceitou os seus dons; e, graças a ela, depois de morto, ele fala ainda.
Pela fé, Henoc foi arrebatado, para não ver a morte, e não mais foi encontrado, porque Deus o arrebatou; antes de ser arrebatado, recebeu o testemunho de que tinha agradado a Deus.
Ora, sem a fé não é possível agradar a Deus, porque aquele que se aproxima de Deus deve acreditar que Ele existe e recompensa aqueles que O procuram.
Pela fé, tendo sido divinamente avisado sobre as coisas que ainda não se viam, Noé construiu com religioso temor uma arca para salvar a sua família. Pela fé, condenou o mundo e tornou-se herdeiro da justiça que se obtém pela fé.


Marcos 9,2-13.

Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles.
As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de tal brancura que nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia assim branquear.
Apareceram-lhes Moisés e Elias, conversando com Jesus.
Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés, outra para Elias».
Não sabia o que dizia, pois estavam atemorizados.
Veio então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado: escutai-O».
De repente, olhando em redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus, sozinho com eles.
Ao descerem do monte, Jesus ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, enquanto o Filho do homem não ressuscitasse dos mortos.
Eles guardaram a recomendação, mas perguntavam entre si o que seria ressuscitar dos mortos.
E perguntaram a Jesus: «Porque dizem os escribas que primeiro tem de vir Elias?».
Jesus respondeu-lhes: «É certo que Elias vem primeiro para restaurar todas as coisas. Mas então como é que está escrito, a respeito do Filho do homem, que tem de sofrer muito e ser desprezado?
Pois bem. Eu vos digo que Elias já veio; e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como está escrito a respeito dele».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Anastácio do Sinai (?-depois de 700), monge
Homilia para a Transfiguração

O mistério da crucifixão e a beleza do Reino de Deus

Esta montanha da Transfiguração é o sítio dos mistérios, o lugar das realidades inefáveis, o rochedo dos segredos escondidos, o alto dos céus. Aqui, foram revelados os segredos do Reino futuro: o mistério da crucifixão, a beleza do Reino de Deus, a descida de Cristo aquando da sua segunda vinda na glória. Sobre esta montanha, a nuvem luminosa cobre o esplendor dos justos e os bens do tempo futuro realizam-se já. A nuvem que envolve a montanha prefigura o arrebatamento dos justos aos céus, mostrando-nos já hoje o nosso aspeto futuro, a nossa configuração a Cristo. [...]

Enquanto caminhava no meio dos discípulos, Jesus tinha falado com eles acerca do seu Reino e da sua segunda vinda na glória. Mas, porque talvez eles não tivessem ficado suficientemente certos do que lhes tinha anunciado a propósito do Reino, quis que se convencessem totalmente no fundo do seu coração, e que os acontecimentos do presente os ajudassem a acreditar nos acontecimentos futuros. Por isso, no Monte Tabor, fez-lhes ver aquela maravilhosa manifestação divina, como imagem prefigurativa do Reino dos Céus. É como se lhes dissesse: «Para que a demora não provoque a vossa incredulidade, em breve, agora mesmo, "Eu vo-lo digo em verdade: alguns dos que estão aqui" e que Me escutam "não conhecerão a morte sem que tenham visto vir o Filho do homem na glória de seu Pai" (Mt 16,28)». Seis dias depois, «Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e subiu só com eles para um lugar retirado num alto monte e transfigurou-Se diante deles».

«Como é terrível este lugar: é a casa de Deus e a porta do Céu» (Gn 28,17). É para lá que devemos apressar-nos.







quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

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Sexta-feira, dia 17 de Fevereiro de 2017

Sexta-feira da 6ª semana do Tempo Comum

Beato Lucas Belludi, religioso, presbítero, +1285, Santos Fundadores da Ordem dos Servitas, século XIV

Comentário do dia
São Francisco Xavier : Um grande missionário disposto a perder a vida

Gén. 11,1-9.

Toda a terra tinha uma só língua e usava as mesmas palavras.
Ao emigrarem do Oriente, os homens encontraram uma planície na região de Senaar e nela se fixaram.
Disseram então uns aos outros: «Vamos fabricar tijolos e cozê-los ao fogo». Os tijolos serviam-lhes de pedra e o betume de argamassa.
Disseram ainda: «Vamos edificar uma cidade e uma torre cujo cimo atinja os céus, para nos tornarmos famosos e não nos dispersarmos por toda a superfície da terra».
Mas o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens construíam.
Disse então o Senhor: «Aí está um povo unido e todos falam a mesma língua. Se este é o começo dos seus empreendimentos, nenhum projeto lhes será difícil.
Vamos descer até lá para lhes confundir a linguagem, de modo que não entendam a fala uns dos outros».
E o Senhor dispersou-os por toda a superfície da terra, e eles desistiram de construir a cidade.
Por isso lhe chamam Babel, porque lá o Senhor confundiu a linguagem de todo o mundo e de lá dispersou os habitantes por toda a superfície da terra.


Marcos 8,34-38.9,1.

Naquele tempo, Jesus chamou a multidão com os seus discípulos e disse-lhes: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me.
Na verdade, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a vida, por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á».
Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida?
Que daria o homem em troca da sua vida?
Portanto, se alguém se envergonhar de Mim e das minhas palavras no meio desta geração infiel e pecadora, também o Filho do homem Se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos Anjos».
Jesus declarou-lhes ainda: «Em verdade vos digo: Alguns dos que estão aqui presentes não morrerão, sem terem visto chegar o reino de Deus com o seu poder».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Francisco Xavier (1506-1552), missionário jesuíta
Carta de 10 de maio de 1546

Um grande missionário disposto a perder a vida

Este país [...] é muito perigoso, porque os seus habitantes, cheios de perfídia, misturam muitas vezes veneno na comida e na bebida. É por isso que não há ninguém disposto a ir para lá cuidar dos cristãos. Mas estes têm necessidade de ensinamentos espirituais e de alguém que os batize para lhes salvar a alma; é por isso que eu sinto a obrigação de perder a minha vida corporal para ir socorrer a vida espiritual do próximo. [...] Coloco a minha esperança e a minha confiança em Deus Nosso Senhor, com o desejo de me conformar, segundo os meus pobres meios, à palavra de Cristo, nosso Redentor e Senhor: «Quem quiser salvar a sua vida há de perdê-la; quem a perder por minha causa há de salvá-la». [...]

É fácil, evidentemente, compreender os termos e o sentido geral destas palavras do Senhor; mas, quando a pessoa quer levá-la à prática e dispor-se a perder a própria vida por Deus, a fim de a reencontrar nele, quando a pessoa se expõe aos perigos nos quais pressente a possibilidade de deixar a vida [...], tudo se torna tão obscuro, que as palavras, não deixando de ser perfeitamente claras, acabam também por se obscurecer. Nesses casos, parece-me, só consegue compreendê-las aquele - por muito sábio que seja - a quem Deus Nosso Senhor, na sua infinita misericórdia, Se digna explicar-lhas nas suas circunstâncias específicas. É então que conhecemos a condição da nossa carne, isto é, que somos fracos e enfermos.







quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

padrecavalieri@uol.com.br


Quinta-feira, dia 16 de Fevereiro de 2017

Quinta-feira da 6ª semana do Tempo Comum

Beato José Allamano, presbítero, fundador, +1926

Comentário do dia
São João da Cruz : «Não compreendes as coisas de Deus»

Gén. 9,1-13.

Deus abençoou Noé e os seus filhos, dizendo: «Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra.
Sereis temidos e respeitados por todos os animais da terra, por todas as aves do céu, por tudo quanto rasteja sobre a terra e por todos os peixes do mar: sujeito-os ao vosso poder.
Tudo quanto tem movimento e vida vos servirá de alimento; tudo isso vos dou, como vos dei a verdura das plantas.
Mas não comereis carne com vida, isto é, com sangue.
Do vosso sangue, que é a vossa vida, Eu pedirei contas a todos os animais e pedirei contas ao homem; a cada um pedirei contas da vida de seu irmão. Eu pedirei contas da vida humana.
Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem será o seu sangue derramado, porque Deus fez o homem à sua imagem.
Quanto a vós, sede fecundos e multiplicai-vos, povoai e dominai a terra.
Deus disse a Noé e a seus filhos:
«Estabelecerei a minha aliança convosco, com a vossa descendência
e com todos os seres vivos que vos acompanham: as aves, os animais domésticos, os animais selvagens que estão convosco, todos quantos saíram da arca e agora vivem na terra.
Estabelecerei convosco a minha aliança: de hoje em diante nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio, e nunca mais um dilúvio devastará a terra».
Deus disse ainda: «Este é o sinal da aliança que estabeleço convosco e com todos os animais que vivem entre vós, por todas as gerações futuras:
farei aparecer o meu arco sobre as nuvens, que será um sinal da aliança entre Mim e a terra.


Marcos 8,27-33.

Naquele tempo, Jesus partiu com os seus discípulos para as povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?».
Eles responderam: «Uns dizem João Baptista; outros, Elias; e outros, um dos profetas».
Jesus então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias».
Ordenou-lhes então severamente que não falassem d'Ele a ninguém.
Depois, começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito, de ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto e ressuscitar três dias depois.
E Jesus dizia-lhes claramente estas coisas. Então, Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-l'O.
Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João da Cruz (1542-1591), carmelita descalço, doutor da Igreja
Cântico Espiritual

«Não compreendes as coisas de Deus»

A profundidade da sabedoria e da ciência de Deus é imensa, a tal ponto que a alma, ainda que numa certa medida lhe reconheça as maravilhas, pode sempre penetrar ainda mais longe. Perante estas riquezas incalculáveis, S. Paulo lançava este grito de admiração: «Oh profundidade dos tesouros da sabedoria e da ciência de Deus! Como são incompreensíveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos!» (Rom 11,33).

A alma deseja ardentemente mergulhar cada dia mais nestas divinas profundezas, neste abismo imperscrutável dos juízos e dos caminhos de Deus; conhecê-los é um gozo inestimável que ultrapassa qualquer sentimento. [...] Oh! se se compreendesse como é impossível [...] possuir estes imensos tesouros sem passar pelo sofrimento! Com que ardor a alma desejaria a graça de sofrer a cruz! Com que consolação, com que alegria a acolheria para poder entrar nos segredos dessa sabedoria divina! [...] Porque a porta que introduz nos tesouros da sabedoria é tanto mais estreita (Mt 7,13) quanto não é outra senão a própria cruz. Um grande número de almas, é certo, aspira a gozar das delícias que ela nos dá; mas bem poucas há que desejem passar pela única porta que aí conduz.







terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

padrecavalieri@uol.com.br


Quarta-feira, dia 15 de Fevereiro de 2017

Quarta-feira da 6ª semana do Tempo Comum

S. Cláudio La Colombière, presbítero, + 1682

Comentário do dia
São Teófilo de Antioquia : «Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5,8)

Gén. 8,6-13.20-22.

Passados quarenta dias de dilúvio, Noé abriu a janela que tinha feito na arca
e soltou o corvo, que ia e vinha, esperando que as águas secassem sobre a terra.
Depois, Noé soltou a pomba, para ver se as águas tinham secado sobre a face da terra.
Mas, como não encontrou lugar onde poisar a planta dos pés, a pomba regressou à arca para junto de Noé, pois a água ainda cobria toda a face da terra. Ele estendeu a mão, apanhou-a e guardou-a consigo na arca.
Noé esperou ainda mais sete dias e soltou novamente a pomba da arca.
A pomba voltou para ele ao entardecer e trazia no bico um rebento novo de oliveira. Então Noé compreendeu que as águas tinham baixado sobre a face da terra.
Esperou ainda mais sete dias e soltou a pomba, que não voltou mais.
Foi no ano seiscentos e um da vida de Noé, no primeiro dia do primeiro mês, que as águas secaram sobre a terra. Noé tirou a cobertura da arca e viu que a face da terra estava seca.
Noé construiu um altar ao Senhor, tomou animais puros e aves puras e ofereceu holocaustos sobre o altar.
O Senhor aspirou aquele agradável perfume e disse para consigo: «Nunca mais amaldiçoarei a terra por causa do homem; realmente os projectos do seu coração são maus desde a juventude, mas nunca mais destruirei todos os seres vivos, como agora fiz.
Enquanto durar a terra, nunca mais hão de faltar sementeiras e colheitas, frio e calor, Verão e Inverno, dia e noite».


Marcos 8,22-26.

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos chegaram a Betsaida. Trouxeram-Lhe então um cego, suplicando-Lhe que o tocasse.
Jesus tomou o cego pela mão e levou-o para fora da localidade. Depois deitou-lhe saliva nos olhos, impôs-lhe as mãos e perguntou-lhe: «Vês alguma coisa?».
Ele abriu os olhos e disse: «Vejo as pessoas, que parecem árvores a andar».
Em seguida, Jesus impôs-lhe novamente as mãos sobre os olhos e ele começou a ver bem: ficou restabelecido e via tudo claramente.
Então Jesus mandou-o para casa e disse-lhe: «Não entres sequer na povoação».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Teófilo de Antioquia (?-c. 186), bispo
Primeiro discurso a Autólico

«Felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5,8)

O homem deve ter uma alma pura, qual espelho bem polido. Quando a ferrugem se instala no espelho, deixamos de poder ver nele o reflexo do nosso rosto. De igual forma, quando há pecado no coração do homem, deixa de lhe ser possível ver Deus. [...]

Mas, se quiseres, podes curar-te. Confia-te ao médico; Ele abrirá os olhos da tua alma e do teu coração. Quem é o médico? É Deus, que cura e vivifica pelo Verbo e pela Sabedoria. Foi pelo seu Verbo e pela Sabedoria que Deus criou o universo. «Pelo seu Verbo foram fundados os céus, e pelo seu Espírito os poderes dos céus» (Sl 32,6). A sua Sabedoria é omnipotente: «Pela Sabedoria, Deus fundou a terra e estabeleceu os céus com inteligência» (Pr 3,19). [...}

Se isto souberes, ó homem, e se levares uma vida pura, santa e justa, poderás ver a Deus. Se a fé e o temor de Deus tomarem lugar no teu coração, compreendê-lo-ás. Quando tiveres abandonado a condição mortal e revestido a incorruptibilidade, então serás digno de ver a Deus. Porque Deus terá ressuscitado a tua carne, tornada imortal como a tua alma. E então, tornado imortal, verás o Imortal, desde que agora deposites nele a tua fé.







segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

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Terça-feira, dia 14 de Fevereiro de 2017

São Cirilo, monge, e São Metódio, bispo: co-padroeiros da Europa - Festa

S. Metódio, bispo, co-patrono da Europa, +885., S. Cirilo, monge, +868, co-patrono da Europa

Comentário do dia
São João Paulo II : Santos Cirilo e Metódio, apóstolos dos eslavos

1 Reis 11,29-32.12,19.

Naqueles dias, quando Jeroboão saía de Jerusalém, veio ao seu encontro o profeta Aías, de Silo, que trazia um manto novo. Estavam os dois sozinhos no campo.
Aías pegou no manto novo que trazia e rasgou-o em doze pedaços,
dizendo a Jeroboão: «Toma para ti dez pedaços, porque assim fala o Senhor, Deus de Israel: 'Vou tirar Salomão do seu reino e dar-te-ei dez tribos,
ficando ele, no entanto, com uma tribo, em atenção ao meu servo David e a Jerusalém, a cidade que Eu escolhi entre as doze tribos de Israel'».
E as dez tribos de Israel separaram-se da casa de David, até ao dia de hoje.


Marcos 7,31-37.

Naquele tempo, Jesus deixou de novo a região de Tiro e, passando por Sidónia, veio para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole.
Trouxeram-Lhe então um surdo que mal podia falar e suplicaram-Lhe que impusesse as mãos sobre ele.
Jesus, afastando-Se com ele da multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e com saliva tocou-lhe a língua.
Depois, erguendo os olhos ao Céu, suspirou e disse-lhe: «Effathá», que quer dizer «Abre-te».
Imediatamente se abriram os ouvidos do homem, soltou-se-lhe a prisão da língua e começou a falar corretamente.
Jesus recomendou que não contassem nada a ninguém. Mas, quanto mais lho recomendava, tanto mais intensamente eles o apregoavam.
Cheios de assombro, diziam: «Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e que os mudos falem».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São João Paulo II (1920-2005), papa
Encíclica «Ut unum sint», 19

Santos Cirilo e Metódio, apóstolos dos eslavos

A doutrina deve ser apresentada de uma maneira que a torne compreensível àqueles a quem o próprio Deus a destina. Na encíclica «Slavorum Apostoli», recordei que, por esse mesmo motivo, Cirilo e Metódio se dedicaram a traduzir as noções da Bíblia e os conceitos da teologia grega no contexto de um pensamento e de experiências históricas muito diferentes.

Eles queriam que a única palavra de Deus fosse tornada assim acessível de acordo com os meios próprios de cada civilização. Compreenderam portanto que não podiam impor aos povos a quem deviam pregar, nem a indiscutível superioridade da língua grega e da cultura bizantina, nem os usos e os comportamentos da sociedade mais avançada em que tinham sido formados. Punham em prática a perfeita comunhão no amor que preserva a Igreja de todas as formas de particularismo e de exclusivismo étnico ou de preconceito racial, bem como de qualquer arrogância nacionalista.







domingo, 12 de fevereiro de 2017

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Segunda-feira, dia 13 de Fevereiro de 2017

Segunda-feira da 6ª semana do Tempo Comum

Beata Cristina de Espoleto, virgem, secular, +1458, Santa Catarina de Ricci, religiosa, +1590, Beato Jordão da Saxónia, presbítero, +1237

Comentário do dia
Santo Hilário : «Porque pede esta geração um sinal?»

Gén. 4,1-15.25.

O homem conviveu com Eva, sua esposa, e ela deu à luz Caim. Então Eva disse: «Obtive um homem graças ao Senhor».
Depois deu à luz Abel, o irmão. Abel era pastor e Caim cultivava a terra.
Passado algum tempo, Caim ofereceu em sacrifício ao Senhor produtos da terra
e Abel ofereceu as primícias e a gordura do seu rebanho. O Senhor olhou benignamente para Abel e para a sua oferenda,
mas não quis olhar para Caim e para a sua oferenda. Caim ficou muito irritado e de rosto abatido.
O Senhor disse a Caim: «Porque estás irritado e de rosto abatido?
Se procederes bem, não poderás ainda levantar a cabeça? Mas se não procederes bem, o pecado está à tua porta. Ele desejará atingir-te, mas tu poderás dominá-lo».
Disse Caim a seu irmão Abel: «Vamos ao campo».
E quando estavam no campo, Caim lançou-se contra seu irmão Abel e matou-o.
O Senhor disse a Caim: «Onde está o teu irmão Abel?». Caim respondeu: «Não sei. Sou porventura eu o guarda do meu irmão?».
O Senhor disse-lhe: « Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra por Mim.
Agora ficas maldito pela terra, que abriu a boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão.
Ainda que a cultives, não mais te dará a sua fertilidade. Andarás errante e fugitivo sobre a terra».
Caim disse ao Senhor: «O meu castigo é tão grande que não poderei suportá-lo.
Se hoje me desterrais daqui, terei de ocultar-me da vossa presença; andarei errante e fugitivo sobre a terra e o primeiro que me encontre me matará».
O Senhor respondeu-lhe: «Quem matar Caim será vingado sete vezes». O Senhor colocou um sinal sobre Caim, para que ele não fosse morto por quem o encontrasse.
Adão conviveu ainda com a sua esposa e ela deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Set, dizendo: «Deus concedeu-me outro descendente, em lugar de Abel, morto por Caim».


Marcos 8,11-13.

Naquele tempo, apareceram alguns fariseus e começaram a discutir com Jesus. Para O porem à prova, pediam-Lhe um sinal do céu.
Jesus suspirou do fundo da alma e respondeu-lhes: «Porque pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo: não se dará nenhum sinal a esta geração».
Depois deixou-os, voltou a subir para o barco e foi para a outra margem do lago.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo Hilário (c. 315-367), bispo de Poitiers, doutor da Igreja
«Sobre a Santíssima Trindade,» livro 12, 52-53

«Porque pede esta geração um sinal?»

Pai Santo, Deus Todo Poderoso [...], quando levanto para o teu céu a fraca luz dos meus olhos, poderei duvidar de que é o teu céu? Quando contemplo o caminho das estrelas, o seu regresso no ciclo anual, quando vejo as Plêiades, a Ursa Menor e a Estrela da Manhã, e considero como cada uma brilha no lugar que lhe foi assinalado, percebo, ó Deus, que estás aí, nesses astros que não compreendo. Quando vejo «as belas ondas do mar» (Sl 92,4), não compreendo a origem dessas águas, não compreendo sequer o que põe em movimento os seus fluxos e refluxos regulares, e no entanto, creio que existe uma causa – certamente impenetrável para mim – para estas realidades que ignoro, e também aí eu pressinto a tua presença.

Se volto o meu espírito para a terra, que, pelo dinamismo de forças escondidas, decompõe todas as sementes que acolheu no seu seio, as faz germinar lentamente e as multiplica, e depois lhes permite crescerem, não encontro nada que possa compreender com a minha inteligência; mas esta ignorância ajuda-me a discernir-Te a Ti, porque, se não conheço a natureza posta ao meu serviço, reencontro-Te, no entanto, pelo facto de ela existir para minha utilização.

Se me volto para mim, a experiência diz-me que não me conheço e admiro-Te tanto mais quanto sou para mim um desconhecido. De facto, mesmo que não os possa compreender, tenho a experiência dos movimentos do meu espírito que julga, destas operações, da sua vida, e esta experiência a Ti a devo, a Ti que me deste a partilhar esta natureza sensível que faz a minha felicidade, mesmo que a sua origem esteja para além da minha inteligência. Não me conheço a mim próprio, mas dentro de mim encontro-Te e, ao encontrar-Te, adoro-Te.







sábado, 11 de fevereiro de 2017

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Domingo, dia 12 de Fevereiro de 2017

6º Domingo do Tempo Comum
6º Domingo do tempo comum - semana II do saltério

Santa Eulália de Barcelona, virgem e mártir, +304

Comentário do dia
Santo Ireneu de Lyon : A Lei enraizada nos nossos corações

Sirac 15,15-20.

Se quiseres, guardarás os mandamentos: ser fiel depende da tua vontade.
Deus pôs diante de ti o fogo e a água: estenderás a mão para o que desejares.
Diante do homem estão a vida e a morte: o que ele escolher, isso lhe será dado.
Porque é grande a sabedoria do Senhor, Ele é forte e poderoso e vê todas as coisas.
Seus olhos estão sobre aqueles que O temem, Ele conhece todas as coisas do homem.
Não mandou a ninguém fazer o mal, nem deu licença a ninguém de cometer o pecado.


1 Cor. 2,6-10.

Irmãos: Nós falamos de sabedoria entre os perfeitos, mas de uma sabedoria que não é deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que vão ser destruídos.
Falamos da sabedoria de Deus, misteriosa e oculta, que já antes dos séculos Deus tinha destinado para a nossa glória.
Nenhum dos príncipes deste mundo a conheceu; porque, se a tivessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória.
Mas, como está escrito, «nem os olhos viram, nem os ouvidos escutaram, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam».
Mas a nós, Deus o revelou por meio do Espírito Santo, porque o Espírito Santo penetra todas as coisas, até o que há de mais profundo em Deus.


Mateus 5,17-37.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus.
Porque Eu vos digo: Se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus.
Ouvistes que foi dito aos antigos: 'Não matarás; quem matar será submetido a julgamento'.
Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e quem lhe chamar louco será submetido à geena de fogo.
Portanto, se fores apresentar a tua oferta ao altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti,
deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta.
Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a caminho, não seja caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão.
Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo.
Ouvistes que foi dito: 'Não cometerás adultério'.
Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que olhar para uma mulher com maus desejos já cometeu adultério com ela no seu coração.
Se o teu olho direito é para ti ocasião de pecado, arranca-o e lança-o para longe de ti, pois é melhor perder-se um só dos teus olhos do que todo o corpo ser lançado na geena.
E se a tua mão direita é para ti ocasião de pecado, corta-a e lança-a para longe de ti, porque é melhor que se perca um só dos teus membros, do que todo o corpo ser lançado na geena.
Também foi dito: 'Quem repudiar sua mulher dê-lhe certidão de repúdio'.
Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que repudiar sua mulher, salvo em caso de união ilegítima, expõe-na ao adultério. E quem se casar com uma repudiada comete adultério.
Ouvistes ainda que foi dito aos antigos: 'Não faltarás ao que tiveres jurado, mas cumprirás diante do Senhor o que juraste'.
Eu, porém, digo-vos que não jureis em caso algum: nem pelo Céu, que é o trono de Deus;
nem pela terra, que é o escabelo dos seus pés; nem por Jerusalém, que é a cidade do grande Rei.
Também não jures pela tua cabeça, porque não podes fazer branco ou preto um só cabelo.
A vossa linguagem deve ser: 'Sim, sim; não, não'. O que passa disto vem do Maligno».



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias IV, 13, 3

A Lei enraizada nos nossos corações

Há certos preceitos naturais da Lei que são já de justiça; mesmo antes da dádiva da Lei a Moisés, os homens observavam esses preceitos, eram justificados pela sua fé e agradavam a Deus. O Senhor não aboliu esses preceitos, antes os alargou e os cumpriu, como provam as seguintes palavras: «Foi dito aos antigos: não cometerás adultério. Mas eu digo-vos: todo aquele que olhar para uma mulher, desejando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração». E ainda «Foi dito: não matarás. Eu, porém, digo-vos: quem se irritar contra o seu irmão sem motivo será réu perante o tribunal» (Mt 5,21ss.). [...] E por aí adiante. Nenhum destes preceitos implica a contradição nem a abolição dos anteriores, mas o seu cumprimento e o seu alargamento. Como o próprio Senhor diz: «Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino do Céu» (Mt 5,20).

Em que consiste essa superação? Em primeiro lugar, em crer, não apenas no Pai, mas também em seu Filho doravante manifestado, pois é Ele que leva o homem à comunhão e à união com Deus. Em seguida, não apenas em dizer, mas em fazer – pois eles diziam e não faziam (Mt 23,3) — e em evitar, não apenas os atos maus, mas também o facto de os desejar. Com este ensinamento, Ele não contradizia a Lei, antes a cumpria e enraizava em nós os preceitos da Lei. [...] O preceito de nos abstermos, não só dos atos proibidos pela Lei, mas também do desejo de os praticar não provém de alguém que contradiz e abole a Lei; mas sim daquele que a cumpre e alarga.







sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

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Sabado, dia 11 de Fevereiro de 2017

Sábado da 5a semana do Tempo Comum
Nossa Senhora de Lourdes

Comentário do dia
Catecismo da Igreja Católica: Cristo dá-Se a si mesmo em alimento

Gén. 3,9-24.

Depois de Adão ter comido da árvore, o Senhor Deus chamou-o e disse-lhe: «Onde estás?».
Ele respondeu: «Ouvi o rumor dos vossos passos no jardim e, como estava nu, tive medo e escondi-me».
Disse Deus: «Quem te deu a conhecer que estavas nu? Terias tu comido dessa árvore, da qual te proibira comer?».
Adão respondeu: «A mulher que me destes por companheira deu-me do fruto da árvore e eu comi».
O Senhor Deus perguntou à mulher: «Que fizeste?». E a mulher respondeu: «A serpente enganou-me e eu comi».
Disse então o Senhor Deus à serpente: «Por teres feito semelhante coisa, maldita sejas entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens. Hás de rastejar e comer do pó da terra todos os dias da tua vida.
Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta há de atingir-te na cabeça, e tu a atingirás no calcanhar».
Depois, disse à mulher: «Aumentarei os sofrimentos da tua gravidez, entre dores darás à luz os filhos. Procurarás apaixonadamente o teu marido, mas ele te dominará.»
A seguir, disse ao homem: «Porque atendeste à voz da tua mulher e comeste o fruto da árvore, a respeito da qual Eu te tinha ordenado: 'Não comas dela', maldita seja a terra por tua causa. E dela só arrancarás alimento à custa de penoso trabalho, todos os dias da tua vida.
Produzir-te-á espinhos e abrolhos, e comerás a erva dos campos.
Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de onde foste tirado; porque tu és pó e ao pó voltarás.»
O homem deu à mulher o nome de Eva, porque ela foi a mãe de todos os viventes.
O Senhor Deus fez a Adão e à sua mulher túnicas de peles e vestiu-os.
O Senhor Deus disse: «Eis que o homem, quanto ao conhecimento do bem e do mal, se tornou como um de nós. Agora é preciso que ele não estenda a mão para se apoderar também do fruto da árvore da Vida e, comendo dele, viva para sempre.»
O Senhor Deus expulsou-o do jardim do Éden, a fim de cultivar a terra, da qual fora tirado.
Depois de ter expulsado o homem, colocou, a oriente do jardim do Éden, os querubins com a espada flamejante, para guardar o caminho da árvore da Vida.


Marcos 8,1-10.

Naqueles dias, juntou-se novamente uma grande multidão e, como não tinham que comer, Jesus chamou os discípulos e disse-lhes:
«Tenho pena desta multidão; há já três dias que estão comigo e não têm que comer.
Se os despedir sem alimento para suas casas, desfalecerão no caminho, porque alguns vieram de longe».
Responderam-Lhe os discípulos: «Como se poderia saciá-los de pão, aqui num deserto?».
Mas Jesus perguntou: «Quantos pães tendes?». Eles responderam: «Temos sete».
Então Jesus ordenou à multidão que se sentasse no chão. Depois tomou os sete pães e, dando graças, partiu-os e deu-os aos discípulos, para que os distribuíssem, e eles distribuíram-nos à multidão.
Tinham também alguns pequenos peixes. Jesus pronunciou sobre eles a bênção e disse que os distribuíssem também.
Comeram e ficaram saciados. Dos bocados que sobraram encheram sete cestos.
Eram cerca de quatro mil pessoas. Então Jesus despediu-os
e, subindo para o barco com os discípulos, dirigiu-se para a região de Dalmanutá.



Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

Catecismo da Igreja Católica
§§ 1391-1395

Cristo dá-Se a si mesmo em alimento

Os frutos da comunhão eucarística: Receber a eucaristia na comunhão traz consigo, como fruto principal, a união íntima com Cristo Jesus. De facto, o Senhor diz: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em Mim e Eu nele» (Jo 6,56). A vida em Cristo tem o seu fundamento no banquete eucarístico: «Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, também o que Me come viverá por Mim» (Jo 6,57). [...]

O que o alimento material produz na nossa vida corporal, realiza-o a comunhão, de modo admirável, na nossa vida espiritual. A comunhão da carne de Cristo ressuscitado, «vivificada pelo Espírito Santo e vivificante», conserva, aumenta e renova a vida da graça recebida no batismo. Este crescimento da vida cristã precisa de ser alimentado pela comunhão eucarística, pão da nossa peregrinação, até à hora da morte, em que nos será dado como viático.

A comunhão afasta-nos do pecado: O corpo de Cristo que recebemos na comunhão é «entregue por nós» e o sangue que bebemos é «derramado pela multidão, para remissão dos pecados». É por isso que a eucaristia não pode unir-nos a Cristo sem nos purificar, ao mesmo tempo, dos pecados cometidos, e nos preservar dos pecados futuros: «Sempre que O recebemos, anunciamos a morte do Senhor» (1Cor 11,26). Se anunciamos a morte do Senhor, anunciamos a remissão dos pecados. [...]

Tal como o alimento corporal serve para restaurar as forças perdidas, assim também a eucaristia fortifica a caridade que, na vida quotidiana, tende a enfraquecer; e esta caridade vivificada apaga os pecados veniais. [...] Pela mesma caridade que acende em nós, a eucaristia preserva-nos dos pecados mortais futuros.







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