Segunda-feira, dia 06 de Outubro de 2014 Segunda-feira da 27ª semana do Tempo Comum S. Bruno, eremita, +1101, Santa Maria Francisca das Cinco Chagas, virgem, +1791, Beato José Rubio, presbítero, operário, +1929
Comentário do dia São Gregório de Nissa : «Levou-o para uma estalagem e cuidou dele»
Gálatas 1,6-12. Irmãos: Estou admirado de que tão depressa vos afasteis da'Aquele que vos chamou pela graça de Cristo, para seguirdes outro Evangelho. Que outro não há; o que há é certa gente que vos perturba e quer perverter o Evangelho de Cristo. Mas, até mesmo se nós ou um anjo do céu vos anunciar como Evangelho o contrário daquilo que vos anunciámos, seja anátema. Como anteriormente dissemos, digo agora mais uma vez: se alguém vos anuncia como Evangelho o contrário daquilo que recebestes, seja anátema. Estarei eu agora a tentar persuadir homens ou a Deus? Ou será que estou a procurar agradar aos homens? Se ainda pretendesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo. Com efeito, faço-vos saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado, não o conheci à maneira humana; pois eu não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por uma revelação de Jesus Cristo.
Salmos 111(110),1-2.7-8.9.10c. Louvarei o Senhor de todo o coração, no conselho dos justos e na assembleia. Grandes são as obras do Senhor, dignas de meditação para quem as ama.
As obras das suas mãos são rectas e justas, são imutáveis todos os seus preceitos. Foram estabelecidos pelos séculos dos séculos e baseiam-se na verdade e na rectidão.
Enviou a redenção ao seu povo, firmou com ele uma aliança eterna, santo e venerável é o seu nome. O louvor do Senhor permanece para sempre.
Lucas 10,25-37. Naquele tempo, levantou-se um doutor da Lei e perguntou a Jesus para O experimentar: «Mestre, que hei-de fazer para possuir a vida eterna?» Disse-lhe Jesus: «Que está escrito na Lei? Como lês?» O outro respondeu: «Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.» Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem; faz isso e viverás.» Mas ele, querendo justificar a pergunta feita, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?» Tomando a palavra, Jesus respondeu: «Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando o meio morto. Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que, ao vê-lo, passou ao largo. Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê-lo, passou adiante. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão. Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: 'Trata bem dele e, o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar.' Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?» Respondeu: «O que usou de misericórdia para com ele.» Jesus retorquiu: «Vai e faz tu também o mesmo.»
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge, bispo Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, n°14
«Levou-o para uma estalagem e cuidou dele» «Quem é o meu próximo?» Para responder, o Verbo, a Palavra de Deus, expõe, sob a forma de uma narrativa, a história da misericórdia: conta a descida do homem, a emboscada dos salteadores, o arrancar das vestes imperecíveis, as feridas do pecado, o poder da morte sobre metade da natureza (pois a alma permanece imortal), a passagem em vão da Lei, uma vez que nem o sacerdote nem o levita cuidaram das chagas do homem que tinha sido vítima dos salteadores, pois «é impossível que o sangue dos touros e dos bodes apague os pecados» (Heb 10,4); só o podia fazer Aquele que revestiu toda a natureza humana pelas primícias da argila de que tinham sido feitas todas as raças: judeus, samaritanos, gregos e toda a humanidade. Foi Ele que, com o seu corpo, isto é, a sua montada, Se colocou no lugar da miséria do homem: cuidou das suas feridas, fê-lo repousar na sua própria montada e deu-lhe como abrigo a sua própria misericórdia, onde todos os que sofrem e se vergam sob os seus fardos encontram repouso (cf Mt 11,28). […] «Quem permanece em Mim, Eu permaneço nele (cf Jo 6,56). […] Aquele que encontra abrigo na misericórdia de Cristo recebe dele duas moedas de prata, uma das quais consiste em amar a Deus com toda a alma, e a outra em amar o próximo como a si mesmo, segundo a resposta do doutor da lei (cf Mc 12,30ss). Mas, uma vez que «não são os que ouvem a Lei que são justos diante de Deus, mas os que praticam a Lei é que serão justificados» (Rom 2,13), é preciso, não apenas receber essas duas moedas […], mas dar também a nossa contribuição pessoal, pelas obras, para que se cumpram estes dois mandamentos. Foi por isso que o Senhor disse ao estalajadeiro que tudo aquilo que ele providenciasse para cuidar do ferido lhe seria devolvido por ocasião da sua segunda vinda, conforme o seu zelo. |
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