Sabado, dia 31 de Janeiro de 2015 Sábado da 3a semana do Tempo Comum S. João Bosco, presb., +1888
Comentário do dia São Bonifácio : «Porque sois tão medrosos?»
Heb. 11,1-2.8-19. Irmãos: A fé é a garantia dos bens que se esperam e a certeza das realidades que não se vêm. Ela valeu aos antigos um bom testemunho. Pela fé, Abraão obedeceu ao chamamento e partiu para uma terra que viria a receber como herança; e partiu sem saber para onde ia. Pela fé, morou como estrangeiro na terra prometida, habitando em tendas, com Isaac e Jacob, herdeiros, como ele, da mesma promessa, porque esperava a cidade de sólidos fundamentos, cujo arquiteto e construtor é Deus. Pela fé, também Sara recebeu o poder de ser mãe já depois de passada a idade, porque acreditou na fidelidade d'Aquele que lho prometeu. É por isso também que de um só homem __ um homem que a morte já espreitava __ nasceram descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e como a areia que há na praia do mar. Todos eles morreram na fé, sem terem obtido a realização das promessas. Mas vendo-as e saudando-as de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Aqueles que assim falam mostram claramente que procuram uma pátria. Se pensassem na pátria de onde tinham saído, teriam tempo de voltar para lá. Mas eles aspiravam a uma pátria melhor, que era a pátria celeste. E como Deus lhes tinha preparado uma cidade, não Se envergonha de Se chamar seu Deus. Pela fé, Abraão, submetido à prova, ofereceu o seu filho único Isaac, que era o depositário das promessas, como lhe tinha sido dito: "Por Isaac será assegurada a tua descendência". Ele considerava que Deus pode ressuscitar os mortos; por isso, numa espécie de prefiguração, ele recuperou o seu filho.
Lucas 1,69-70.71-72.73-75. O Senhor nos deu um Salvador poderoso, na casa de David, seu servo, como prometeu pela boca dos seus santos, os profetas dos tempos antigos;
Para nos libertar dos nossos inimigos e das mãos daqueles que nos odeiam; para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais, recordando a sua sagrada aliança:
O juramento que fizera a Abraão, nosso pai, que nos havia de conceder esta graça: de O servirmos um dia, sem temor, livres das mãos dos nossos inimigos,
em santidade e justiça na sua presença, todos os dias da nossa vida.
Marcos 4,35-41. Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse aos seus discípulos: "Passemos à outra margem do lago". Eles deixaram a multidão e levaram Jesus consigo na barca em que estava sentado. Iam com Ele outras embarcações. Levantou-se então uma grande tormenta e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água. Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada. Eles acordaram-n'O e disseram: "Mestre, não Te importas que pereçamos?". Jesus levantou-Se, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: "Cala-te e está quieto". O vento cessou e fez-se grande bonança. Depois disse aos discípulos: "Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?". Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros: "Quem é este homem, que até o vento e o mar Lhe obedecem?".
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São Bonifácio (675-764), monge, missionário na Germânia, mártir Carta a Cuthbert; PL 89, 765 (trad. Breviário, rev.)
«Porque sois tão medrosos?» A Igreja é como um grande navio que navega pelo mar deste mundo. Sacudida pelas diversas ondas da adversidade nesta vida, não deve ser abandonada a si mesma, mas tem de ser governada. Na primitiva Igreja, temos o exemplo de Clemente e Cornélio e muitos outros na cidade de Roma, de Cipriano em Cartago, de Atanásio em Alexandria, os quais, sob o reinado dos imperadores pagãos, governaram a barca de Cristo – melhor, a sua diletíssima esposa, que é a Igreja – ensinando-a, defendendo-a, passando trabalhos e sofrimentos até ao derramamento do sangue. Ao pensar nestas figuras e noutras semelhantes, estremeço de receio; o temor e o terror apoderam-se de mim e quase me submergem as trevas dos meus pecados (cf Sl 54,6); e muito me agradaria abandonar de todo o leme da Igreja, se encontrasse precedentes semelhantes nos Padres ou na Sagrada Escritura. Mas sendo assim, e dado que a verdade pode ser contestada, mas não vencida […], a nossa alma fatigada refugia-se naquele que nos diz pela boca de Salomão: «Tem confiança no Senhor com todo o teu coração e não confies na tua prudência. Em todos os teus caminhos, pensa no Senhor e Ele dirigirá os teus passos» (Pr 3,5-6). […] Permaneçamos firmes na justiça e preparemos a nossa alma para a provação; suportemos a dilação de Deus e digamos-Lhe: «Senhor, Vós Vos tornastes o nosso refúgio de geração em geração» (Sl 89,1). Confiemos naquele que colocou sobre nós este fardo. Como o não podemos levar sozinhos, levemo-lo com o auxílio daquele que é omnipotente e nos diz: «O meu jugo é suave e a minha carga é leve» (Mt 11, 30). |
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