Segunda-feira, dia 11 de Julho de 2016 S. Bento, abade,co-padroeiro da Europa – Festa S. Bento, abade, patrono da Europa, +547
Comentário do dia São João Paulo II : O exemplo de São Bento: «Ora et labora»
Is. 1,10-17. Escutai a palavra do Senhor, chefes de Sodoma; dai ouvidos ao ensinamento do nosso Deus, povo de Gomorra: «De que Me servem os vossos inúmeros sacrifícios? – diz o Senhor – Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de vitelos; detesto o sangue de touros, cordeiros e cabritos. Quando vindes à minha presença, quem vos convidou a pisar os meus átrios? Deixai de Me trazer ofertas inúteis: o fumo do incenso Me repugna, não suporto as luas novas, os sábados, as assembleias, a impiedade das vossas festas. Abomino do íntimo da alma as vossas luas novas e as vossas solenidades, que se tornaram um peso para Mim e não as suporto mais. Quando levantais as mãos, desvio de vós o meu olhar. Ainda que multipliqueis as vossas preces, não lhes darei atenção, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, afastai dos meus olhos a malícia das vossas acções, deixai de praticar o mal e aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva».
Mateus 19,27-29. Naquele tempo, disse Pedro a Jesus: «Nós deixámos tudo para Te seguir. Que recompensa teremos?». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: No mundo renovado, quando o Filho do homem vier sentar-Se no seu trono de glória, também vós que Me seguistes vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna.
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
São João Paulo II (1920-2005), papa Homilia em Núrsia, Itália, 23/03/80
O exemplo de São Bento: «Ora et labora» São Bento soube interpretar com perspicácia e de modo seguro os sinais dos seus tempos quando escreveu a sua Regra, na qual a união da oração e do trabalho se tornava, para aqueles que a aceitassem, o princípio da aspiração à eternidade: «ora et labora», reza e trabalha. [...] Lendo os sinais dos tempos, Bento viu que era necessário realizar o programa radical da santidade evangélica [...] numa forma ordinária, nas dimensões da vida quotidiana de todos os homens. Era necessário que o heróico se tornasse normal, quotidiano, e que o normal, o quotidiano, se tornasse heróico. Deste modo, o pai dos monges, o legislador da vida monástica no Ocidente, tornou-se também o pioneiro de nova civilização. Onde quer que o trabalho humano condicionasse o desenvolvimento da cultura, da economia e da vida social, aí chegava o programa beneditino da evangelização, que unia o trabalho à oração e a oração ao trabalho. [...] São Bento é o patrono da Europa nesta nossa época. E é-o, não só em consideração dos seus méritos particulares para com este continente, a sua história e a sua civilização, mas também se consideramos a nova atualidade da sua figura perante a Europa contemporânea. Pode-se apartar o trabalho da oração e fazer daquele a dimensão única da existência humana. A época contemporânea traz consigo essa tendência. [...] Tem-se a impressão de que a economia domina a moral, de que a temporalidade domina a espiritualidade. Por um lado, a orientação quase exclusiva para o consumismo dos bens materiais tira à vida humana o sentido que lhe é mais profundo. Por outro lado, o trabalho está-se a tornar, em muitos casos, um constrangimento alienante para o homem que, submetido aos coletivismos e quase sem querer, se aparta da oração, tirando à vida humana a sua dimensão ultratemporal. [...] Não se pode viver para o futuro sem reconhecer que o sentido da vida é maior que aquilo que é temporal e passageiro, que este sentido está acima deste mundo. Se as sociedades e os homens do nosso continente perderam o interesse por este sentido, devem reencontrá-lo. [...] Se o meu predecessor Paulo VI chamou São Bento de Núrsia para ser o patrono da Europa, é porque ele poderá ajudar a Igreja e às nações da Europa a realizarem este objetivo. |
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