Quinta-feira, dia 13 de Abril de 2017 Quinta-feira DA SEMANA SANTA. Missa vespertina da Ceia do Senhor Quinta-feira Santa S. Martinho I, papa, +656, Santo Hermenegildo, rei visigótico, mártir, +585
Comentário do dia São Tomás Moro : «Amou-os até ao fim.»
Ex. 12,1-8.11-14. Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto: «Este mês será para vós o princípio dos meses; fareis dele o primeiro mês do ano. Falai a toda a comunidade de Israel e dizei-lhe: No dia dez deste mês, procure cada qual um cordeiro por família, uma rês por cada casa. Se a família for pequena demais para comer um cordeiro, junte-se ao vizinho mais próximo, segundo o número de pessoas, tendo em conta o que cada um pode comer. Tomareis um animal sem defeito, macho e de um ano de idade. Podeis escolher um cordeiro ou um cabrito. Deveis conservá-lo até ao dia catorze desse mês. Então, toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao cair da tarde. Recolherão depois o seu sangue, que será espalhado nos dois umbrais e na padieira da porta das casas em que o comerem. E comerão a carne nessa mesma noite; comê-la-ão assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. Quando o comerdes, tereis os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Comereis a toda a pressa: é a Páscoa do Senhor. Nessa mesma noite, passarei pela terra do Egipto e hei-de ferir de morte, na terra do Egipto, todos os primogénitos, desde os homens até aos animais. Assim exercerei a minha justiça contra os deuses do Egipto, Eu, o Senhor. O sangue será para vós um sinal, nas casas em que estiverdes: ao ver o sangue, passarei adiante, e não sereis atingidos pelo flagelo exterminador, quando Eu ferir a terra do Egipto. Esse dia será para vós uma data memorável, que haveis de celebrar com uma festa em honra do Senhor. Festejá-lo-eis de geração em geração, como instituição perpétua».
1 Cor. 11,23-26. Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim». Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha.
João 13,1-15. Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. No decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai Lhe tinha dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a Simão Pedro, este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «O que estou a fazer, não o podes entender agora, mas compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves os pés». Jesus respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não precisa de lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem sabia quem O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa. Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Tomás Moro (1478-1535), estadista inglês, mártir Tratado sobre a Paixão
«Amou-os até ao fim.» «Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim.» [...] No Evangelho, João foi chamado «o discípulo que Jesus amava». É esse discípulo que nos mostra aqui, pelas suas palavras, a que ponto o nosso Salvador, que o amava realmente, era fiel no seu amor. Porque estas palavras são seguidas imediatamente pela narrativa da dolorosa Paixão de Cristo, a partir da Última Ceia, a começar pelo humilde serviço do lava-pés, prestado por Jesus aos seus discípulos, e da expulsão do traidor. Depois, vêm os ensinamentos de Jesus, a sua oração, a prisão, a flagelação, a crucifixão e toda a dolorosa tragédia da sua amaríssima Paixão. É antes de tudo isto que São João cita as palavras que recordámos há pouco, para fazer compreender que Cristo realizou todos estes atos por puro amor. E demonstrou claramente esse amor aos discípulos na Última Ceia, quando lhes afirmou que, se se amassem uns aos outros, seguiriam o seu exemplo. Porque amou até ao fim aqueles que amava, desejava que eles fizessem o mesmo. Ele não era inconstante, como tantos que amam de forma passageira, abandonam na primeira oportunidade e, de amigos, se tornam inimigos, como fez o traidor Judas. Jesus perseverou no amor até ao fim, até ao momento em que, precisamente por esse amor, chegou ao seu doloroso extremo. E não só por aqueles que eram já seus amigos, mas pelos seus inimigos, a fim de fazer deles amigos. Não para sua vantagem, mas para a deles. |
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