Terça-feira, dia 15 de Novembro de 2016 Terça-feira da 33ª semana do Tempo Comum Santo Alberto Magno, bispo, Doutor da Igreja, +1280
Comentário do dia Santa Isabel da Santíssima Trindade : «Eu hoje devo ficar em tua casa.»
Apoc. 3,1-6.14-22. Eu, João, ouvi o Senhor que me dizia: «Ao Anjo da Igreja de Sardes, escreve: 'Eis o que diz Aquele que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Conheço as tuas obras. És considerado vivo, mas estás morto. Desperta e reanima esses restos de vida moribunda, pois verifico que as tuas obras não são perfeitas aos olhos do meu Deus. Lembra-te como aceitaste a palavra que ouviste; guarda-a e arrepende-te. Se não despertares, virei como o ladrão, sem que saibas a hora em que virei ao teu encontro. Todavia, tens em Sardes algumas pessoas que não mancharam as suas vestes: elas Me acompanharão, vestidas de branco, porque são dignas. O vencedor será revestido de vestes brancas; não apagarei o seu nome do livro da vida, mas reconhecê-lo-ei diante de meu Pai e dos seus Anjos'. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas. Ao Anjo da Igreja de Laodiceia, escreve: 'Assim fala o Ámen, a Testemunha fiel e verdadeira, o Princípio das criaturas de Deus: Conheço as tuas obras: não és frio nem quente; antes fosses frio ou quente. Mas porque és morno, isto é, nem frio nem quente, estou quase a vomitar-te da minha boca. Tu dizes: "Sou rico, tenho fortuna e não preciso de nada", e não sabes que és infeliz, pobre, cego e nu. Aconselho-te a comprar de Mim ouro purificado pelo fogo para te enriqueceres, roupas brancas para te cobrires e ocultares a tua vergonhosa nudez e colírio para ungires os olhos e recuperares a vista. Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Sê zeloso e arrepende-te. Eu estou à porta e chamo. Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo. Ao vencedor fá-lo-ei sentar-se comigo no meu trono, como Eu também fui vencedor e estou sentado com meu Pai no seu trono'. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às Igrejas».
Lucas 19,1-10. Naquele tempo, Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade. Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos. Procurava ver quem era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l'O, porque era de pequena estatura. Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus, que havia de passar por ali. Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa». Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria. Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa dum pecador». Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais». Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão. Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido».
Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org
Comentário do dia:
Santa Isabel da Santíssima Trindade (1880-1906), carmelita Último retiro, 42-44
«Eu hoje devo ficar em tua casa.» «Só em Deus repousa a minha alma; dele vem a minha salvação. Só Ele é o meu rochedo e a minha salvação, a minha fortaleza; jamais vacilarei» (Sl 61, 2-3). Eis o mistério que canta hoje a minha lira! Como a Zaqueu, o meu Mestre disse-me: «Desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa.» Desce depressa, mas aonde? Ao mais fundo de mim própria: depois de me ter deixado a mim própria, separado de mim própria, despojado de mim própria, numa palavra, sem mim própria. «Eu hoje devo ficar em tua casa.» É o meu Mestre que me exprime esse desejo! O meu Mestre quer habitar em mim, com o Pai e o seu Espírito de amor, porque, segundo a expressão do discípulo amado, eu estou em comunhão com eles (1Jo 1,3). «Já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus», diz S. Paulo (Ef 2,19). E para mim ser «concidadãos dos santos e membros da família de Deus» consiste em viver no seio da tranquila Trindade, no meu abismo interior, nessa fortaleza inexpugnável do santo recolhimento de que fala S. João da Cruz. [...] Oh! Que bela é esta criatura assim despojada, salva de si própria! [...] Ela sobe, eleva-se acima dos sentidos, da natureza; ultrapassa-se a si própria; ultrapassa toda a alegria, assim como toda a dor, e passa através das nuvens, para só descansar quando tiver penetrado no interior daquele que ama e que lhe concederá, Ele próprio, o repouso. [...] O Mestre disse-lhe: «Desce depressa.» É ainda sem de lá sair que ela viverá, à imagem da Trindade imutável, num eterno presente [...], tornando-se, por um olhar sempre mais simples, mais unitivo, «o esplendor da sua glória» (Heb 1,3), dito de outro modo, louvor e glória da suas adoráveis perfeições. |
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