Terça-feira, dia 29 de Novembro de 2016 Terça-feira da 1a semana do Advento Beato Redento da Cruz, religioso, mártir, +1638, Beato Dionísio da Natividade, religioso, mártir, +1638, S. Saturnino, mártir, séc. IV
Comentário do dia Beato John Henry Newman : «Felizes os olhos que veem o que estais a ver.»
Is. 11,1-10. Naquele dia, sairá um ramo do tronco de Jessé, e um rebento brotará das suas raízes. Sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento e de temor de Deus. Animado assim do temor de Deus, não julgará segundo as aparências, nem decidirá pelo que ouvir dizer. Julgará os infelizes com justiça e com sentenças rectas os humildes do povo. Com o chicote da sua palavra atingirá o violento e com o sopro dos seus lábios exterminará o ímpio. A justiça será a faixa dos seus rins, e a lealdade a cintura dos seus flancos. O lobo viverá com o cordeiro, e a pantera dormirá com o cabrito; o bezerro e o leãozinho andarão juntos, e um menino os poderá conduzir. A vitela e a ursa pastarão juntamente, suas crias dormirão lado a lado; e o leão comerá feno como o boi. A criança de leite brincará junto ao ninho da cobra, e o menino meterá a mão na toca da víbora. Não mais praticarão o mal nem a destruição em todo o meu santo monte: o conhecimento do Senhor encherá o país, como as águas enchem o leito do mar. Nesse dia, a raiz de Jessé surgirá como bandeira dos povos; as nações virão procurá-la, e a sua morada será gloriosa.
Lucas 10,21-24. Naquele tempo, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isto foi do teu agrado. Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver, porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra «À espera de Cristo», Sermões pregados em várias ocasiões, n.º 3
«Felizes os olhos que veem o que estais a ver.» Durante séculos, antes de Jesus vir à Terra, todos os profetas, um após outro, estiveram no seu posto, no alto da torre; todos O esperavam perscrutando a obscuridade da noite, ansiosos pela sua chegada; vigiavam sem cessar, para surpreenderem o primeiro brilho da aurora. [...]: «A Ti, meu Deus, eu busco desde a aurora. A minha alma tem sede de Ti, como terra árida, esgotada, sem água» (Sl 62,2). [...] «Ah! se rasgasses os céus e descesses! As montanhas fundir-se-iam na tua presença» (Is 63,19), como se o fogo as atingisse. [...] Desde as origens do mundo que os olhos nada puderam ver, meu Deus, das maravilhas que preparaste para aqueles que, esperando, permaneceram unidos a Ti (1Cor 2,9). Contudo, se houve jamais quem teve o direito de se apegar a este mundo e dele não se desinteressar, foram os servos de Deus; tinha-lhes sido prometida a Terra como herança e, de acordo com as próprias promessas do Altíssimo, ela seria a sua recompensa. Mas a nossa verdadeira recompensa diz respeito ao mundo que há-de vir. [...] E também eles, esses grandes servos de Deus, ultrapassaram o dom terreno de Deus, apesar do seu valor, para se apegarem a promessas mais belas ainda; e, em nome dessa esperança, sacrificaram aquilo cuja posse já detinham. Não se contentando com nada menos do que a plenitude do seu Criador, procuraram ver o rosto do seu Libertador. E, se para tal fosse preciso quebrar a Terra, rasgar os céus, e que os elementos do mundo se fundissem para que Ele finalmente aparecesse, então, mais valia que tudo se desmoronasse a continuarem a viver sem Ele! Tal era a intensidade do desejo dos adoradores de Deus em Israel que esperavam Aquele que havia de vir. [...] A sua perseverança prova que havia alguma coisa a esperar. Os apóstolos, depois de o seu Mestre ter vindo e regressado aos Céus, não ficaram atrás dos profetas na acuidade da sua perceção nem no ardor das suas aspirações. O milagre da espera na perseverança continuou. |
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