Segunda-feira, dia 05 de Junho de 2017 Segunda-feira da 9ª semana do Tempo Comum S. Bonifácio, bispo, mártir, +754
Comentário do dia Santa Catarina de Sena : O dono da vinha
Tob. 1,3.2,1a-8. Eu, Tobit, segui os caminhos da verdade e da justiça e pratiquei boas obras todos os dias da minha vida. Dei muitas esmolas aos meus irmãos e compatriotas, deportados comigo para Nínive, no país da Assíria. Sob o reinado do rei Saquerdão, voltei para a minha casa e foi-me restituída a companhia da minha mulher Ana e do meu filho Tobias. Pela festa do Pentecostes, que é a nossa festa das Semanas, mandei preparar um bom almoço e reclinei-me para comer. Quando puseram a mesa e prepararam os vários pratos, eu disse ao meu filho Tobias: «Filho, vai ver se encontras algum pobre, entre os nossos irmãos exilados em Nínive, que seja de todo o coração dedicado ao Senhor, e trá-lo aqui para comer connosco. Eu fico à tua espera, até que voltes, meu filho». Tobias foi procurar algum pobre entre os nossos irmãos e quando voltou, disse-me: «Meu pai». Eu respondi-lhe: «Que foi, meu filho?». Tobias continuou: «Pai, um homem da nossa gente foi estrangulado e depois atirado para a praça pública e ainda lá está». Levantei-me imediatamente, deixando a comida sem lhe tocar; fui retirar da praça o cadáver e depositei-o num quarto, esperando o pôr do sol para o sepultar. Depois voltei para casa, lavei-me e tomei a minha refeição cheio de tristeza, recordando as palavras que disse o profeta Amós contra Betel: «As vossas festas converter-se-ão em luto e todos os vossos cânticos em lamentações». E comecei a chorar. Logo que o sol se pôs, fui abrir uma cova e sepultei o morto. Os meus vizinhos zombavam de mim, dizendo: «Ele ainda não tem medo. Por este motivo já foi procurado para ser morto e teve de fugir secretamente; e agora anda aí de novo a sepultar os mortos».
Marcos 12,1-12. Naquele tempo, Jesus começou a falar em parábolas aos príncipes dos sacerdotes, aos escribas e aos anciãos: «Um homem plantou uma vinha. Cercou-a com uma sebe, construiu um lagar e ergueu uma torre. Depois arrendou-a a uns vinhateiros e partiu para longe. Quando chegou o tempo, enviou um servo aos vinhateiros para receber deles uma parte dos frutos da vinha. Os vinhateiros apoderaram-se do servo, espancaram-no e mandaram-no sem nada. Enviou-lhes de novo outro servo. Também lhe bateram na cabeça e insultaram-no. Enviou-lhes ainda outro, que eles mataram. Enviou-lhes muitos mais e eles espancaram uns e mataram outros. O homem tinha ainda alguém para enviar: o seu querido filho; e enviou-o por último, dizendo consigo: «Respeitarão o meu filho». Mas aqueles vinhateiros disseram entre si: «Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e a herança será nossa». Apoderaram-se dele, mataram-no e lançaram-no fora da vinha. Que fará então o dono da vinha? Virá ele próprio para exterminar os vinhateiros e entregará a outros a sua vinha. Não lestes esta passagem da Escritura: 'A pedra rejeitada pelos construtores tornou-se pedra angular. Isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos'?». Procuraram então prender Jesus, pois compreenderam que tinha dito para eles a parábola. Mas tiveram receio da multidão e por isso deixaram-n'O e foram-se embora.
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
Santa Catarina de Sena (1347-1380), terceira dominicana, doutora da Igreja, copadroeira da Europa Diálogo 23
O dono da vinha [Santa Catarina ouviu Deus dizer-lhe]: «Toda a criatura dotada de razão possui em si uma vinha, que é a vinha da alma. A vontade, pelo livre arbítrio, é o obreiro dessa vinha durante o tempo da vida; passado esse tempo, já ela não pode ali fazer mais nenhum trabalho, bom ou mau, mas durante a vida pode cultivar a sua vinha, para a qual Eu a enviei. Esse obreiro da alma recebeu de Mim uma força tal, que não há demónio ou criatura alguma que lha possa tirar, se a estes se opuser. Foi no batismo que recebeu essa força e ao mesmo tempo o gládio do amor pela virtude e do ódio ao pecado. Foi por esse amor e esse ódio, pelo amor por vós e pelo ódio ao pecado, que morreu o meu Filho unigénito, por vós derramando todo o seu sangue. E é este amor pela virtude e este ódio ao pecado, que encontrais no santo batismo, que vos dá vida pela força do seu sangue [...]. «Arrancai pois os espinhos dos pecados mortais e plantai as virtudes [...], praticai a contrição, tende desgosto pelo pecado e amor à virtude; recebereis então os frutos do sangue do meu Filho. Não podereis recebê-los se não vos dispuserdes a tornar-vos bons ramos, unidos ao tronco da videira, o meu Filho, que disse: "Eu sou a videira verdadeira, o meu pai é o agricultor, e vós, os ramos" (Jo 15,1.5). «Esta é a verdade. Sou Eu o verdadeiro agricultor, pois toda a coisa que possui ser veio e vem de Mim. O meu poder é insondável e pelo meu poder e a minha força governo todo o universo, pois nada é feito nem ordenado sem ser por Mim. Sim, sou o agricultor; fui Eu quem plantou a verdadeira videira, o meu Filho unigénito, na terra da vossa humanidade, para que vós, que sois ramos, unidos a esta videira, deis fruto». |
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