Sabado, dia 10 de Março de 2018 Sábado da 3ª semana da Quaresma Santos Mártires de Sebaste, +320, Santo Emiliano, pastor eremita, séc. VI, S. Macário de Jerusalém, patriarca, +335
Comentário do dia São Boaventura : As lágrimas e o desejo
Oseias 6,1-6. Vinde, voltemos para o Senhor. Se Ele nos feriu, Ele nos curará. Se nos atingiu com os seus golpes, Ele tratará as nossas feridas. Ao fim de dois dias, Ele nos fará viver de novo; ao terceiro dia nos levantará e viveremos na sua presença. Procuremos conhecer o Senhor: a sua vinda é certa como a aurora. Virá a nós como o aguaceiro de Outono, como a chuva da Primavera sobre a face da terra. «Que farei por ti, Efraim? Que farei por ti, Judá?» — diz o Senhor — «O vosso amor é como o nevoeiro da manhã, como o orvalho da madrugada que logo se evapora. Por isso os castiguei por meio dos Profetas e os matei com palavras da minha boca; e o meu direito resplandece como a luz. Porque Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios, o conhecimento de Deus, mais que os holocaustos».
Lucas 18,9-14. Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros: «Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava assim: 'Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de todos os meus rendimentos'. O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; mas batia no peito e dizia: 'Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador'. Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Tradução litúrgica da Bíblia
Comentário do dia:
São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja «Sobre o governo da alma»
As lágrimas e o desejo Ó alma, que choras os teus pecados, teme o juízo divino, que é um abismo profundo. Teme vivamente, ainda que já sejas penitente, voltar a desagradar a Deus. Teme mais ainda, mesmo agora, ofender novamente a Deus. Teme acima de tudo seres finalmente separada de Deus, privada para sempre da luz, ardendo para sempre no fogo e roída pelo verme que não morrerá. Teme tudo isso, se uma penitência verdadeira te não obtiver que morras em graça, e canta com o profeta: «O meu corpo estremece de temor na tua presença, e os teus decretos inspiram-me respeito.» (Sl 118, 120). Entretanto, deseja os dons celestes. Eleva-te pela chama do amor divino até Deus, que tão pacientemente suportou os teus pecados, te esperou com tanta longanimidade e te reconduziu à penitência com tal misericórdia, pelo perdão, a infusão da graça e a promessa da coroa eterna. Ele apenas te pede que Lhe ofereças, ou antes, que dele recebas para Lhe oferecer, o sacrifício de um espírito contrito, de um coração contrito e arrependido (cf Sl 50,19) por amarga compunção, por uma confissão sincera e uma satisfação justa. Deseja com ardor que Deus te prove o seu amor com uma ampla comunicação do Espírito Santo. Deseja com mais ardor ser-Lhe conforme por via de uma fiel imitação de Jesus crucificado. Acima de tudo, deseja possuir Deus na visão clara do Pai eterno, a fim de que possas, em verdade, cantar com o profeta: «A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo! Quando poderei contemplar a face de Deus?» (Sl 41,3) |
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