terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Evangelho quotidiano

EVANGELHO QUOTIDIANO

Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68


Quarta-feira, dia 31 de Dezembro de 2008

7º Dia da Oitava do Natal


Hoje a Igreja celebra : S. Silvestre I, papa, +335

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São Tomás de Aquino : O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina.


Evangelho segundo S. João 1,1-18.

No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus. No princípio Ele estava em Deus. Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência. Nele é que estava a Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz dos homens. A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam. Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele. Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz. O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina. Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus. E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade. João deu testemunho dele ao clamar: «Este era aquele de quem eu disse: 'O que vem depois de mim passou-me à frente, porque existia antes de mim.'» Sim, todos nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre graças. É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo. A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer.


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, doutor da Igreja
Comentário sobre São João, I, 178ss. (trad. Cerf 2002, t. 1, p. 122)

O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina.


«O que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplámos e as nossas mãos apalparam acerca do Verbo da vida [...], isso vos anunciamos» (1Jo 1, 1-3). [...] O Verbo encarnado deu-Se a conhecer aos apóstolos de duas maneiras: eles reconheceram-No, em primeiro lugar, pela vista, recebendo do próprio Verbo o conhecimento do Verbo; e, em segundo lugar, pelo ouvido, recebendo do testemunho de João Baptista o conhecimento do Verbo.

Acerca do Verbo, João Evangelista começa por dizer o seguinte: «Nós contemplámos a sua glória.» [...] Para São João Crisóstomo, estas palavras estão relacionadas com a frase anterior do evangelho de João: «O Verbo fez-Se homem»; o evangelista pretende dizer que a encarnação nos conferiu, para além do benefício de nos tornarmos filhos de Deus, o benefício de vermos a Sua glória. Com efeito, olhos fracos e doentes não são capazes de, por si mesmos, contemplar a luz do sol; mas, quando o sol incide numa nuvem, ou num corpo opaco, já são capazes de o contemplar. Antes da encarnação do Verbo, os espíritos humanos eram incapazes de olhar directamente para a luz que «a todo o homem ilumina». Assim, e para que não fossem privados da alegria de a verem, a própria luz, o Verbo de Deus, quis revestir-Se de carne, a fim de que fôssemos capazes de a ver.

Então, estando os homens «voltados para o lado do deserto, a glória do Senhor apareceu, de repente, na nuvem» (Ex 16, 10); isto é, o Verbo de Deus encarnou. [...] E Santo Agostinho observa que, para que pudéssemos ver a Deus, o Verbo sarou os olhos dos homens, fazendo da Sua carne um colírio salutar. [...] Eis por que motivo, logo após ter dito: «O  Verbo fez-Se homem», o evangelista acrescenta: «E nós contemplámos a sua glória», como que para explicar que, mal se aplicou este colírio, os nossos olhos ficaram sarados. [...] Era esta glória que Moisés desejava ver e da qual viu apenas uma sombra e um símbolo. Os apóstolos, pelo contrário, viram-na em todo o seu esplendor.





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