EVANGELHO QUOTIDIANO Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68 Quarta-feira, dia 30 de Dezembro de 2009 6º Dia da Oitava do Natal Hoje a Igreja celebra : Beata Margarida Colona, religiosa, +1280
Ver comentário em baixo, ou carregando aqui São Pedro Crisólogo : Ana vê por fim Deus no Seu Templo
Evangelho segundo S. Lucas 2,36-40.
Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela, ficou viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e orações. Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém. Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré. Entretanto, o menino crescia e robustecia-se, enchendo-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele. Da Bíblia Sagrada
Comentário ao Evangelho do dia feito por :
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja Sermão 147, sobre o mistério da Encarnação (a partir da trad. coll. Icthus, vol. 8, p. 114)
Ana vê por fim Deus no Seu Templo
Como é que o homem, com o seu olhar tão limitado, pode abranger o Deus que o mundo não pode abarcar? O amor não se incomoda de saber se uma coisa é adequada, conveniente ou possível. O amor [...] ignora a medida. Não se consola com o pretexto de que é impossível; a dificuldade não o detém [...]. O amor não consegue deixar de ver quem ama. [...] Como acreditar que se é amado por Deus sem O contemplar? Assim, o amor que deseja ver Deus, mesmo que não seja racional, é inspirado pela intuição do coração. Foi por isso que Moisés ousou dizer: «Se alcancei graça aos Teus olhos, revela-me as Tuas intenções (Ex 33, 13ss.), e o salmista: «Mostra-nos o Teu rosto» (cf. 79, 4). [...] Por conseguinte, conhecendo o desejo que os homens têm de O ver, Deus escolheu, para Se tornar visível, um meio que beneficiasse todos os habitantes da terra, sem com isso prejudicar o céu. Pode a criatura que Deus fez semelhante a Ele neste mundo ser considerada pouco digna no céu?: «Façamos o ser humano à Nossa imagem, à Nossa semelhança» disse Deus (Gn 1, 26). [...] Se Deus tivesse retirado do céu a forma de um anjo, ter-Se-ia mantido invisível; se, em contrapartida, tivesse encarnado na terra numa natureza inferior à do homem, teria ofendido a divindade e teria rebaixado o homem, em vez de o elevar. Portanto, que ninguém, irmãos muito caros, considere uma ofensa a Deus o facto de Ele ter vindo aos homens como homem, e de ter encontrado este meio para ser visto por nós.
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