sexta-feira, 13 de março de 2009

Evangelho quotidiano

EVANGELHO QUOTIDIANO

Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. João 6, 68


Sabado, dia 14 de Março de 2009

Sábado da 2ª semana da Quaresma


Hoje a Igreja celebra : Santa Matilde, rainha da Prússia, +968

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Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI]: «Um homem tinha dois filhos»


Evangelho segundo S. Lucas 15,1-3.11-32.

Aproximavam-se dele todos os cobradores de impostos e pecadores para o ouvirem. Mas os fariseus e os doutores da Lei murmuravam entre si, dizendo: «Este acolhe os pecadores e come com eles.» Jesus propôs-lhes, então, esta parábola: Disse ainda: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte dos bens que me corresponde.' E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais novo, juntando tudo, partiu para uma terra longínqua e por lá esbanjou tudo quanto possuía, numa vida desregrada. Depois de gastar tudo, houve grande fome nesse país e ele começou a passar privações. Então, foi colocar-se ao serviço de um dos habitantes daquela terra, o qual o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. E, caindo em si, disse: 'Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus jornaleiros.' E, levantando-se, foi ter com o pai. Quando ainda estava longe, o pai viu-o e, enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos. O filho disse-lhe: 'Pai, pequei contra o Céu e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho.' Mas o pai disse aos seus servos: 'Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi encontrado.' E a festa principiou. Ora, o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se de casa ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. Disse-lhe ele: 'O teu irmão voltou e o teu pai matou o vitelo gordo, porque chegou são e salvo.' Encolerizado, não queria entrar; mas o seu pai, saindo, suplicava-lhe que entrasse. Respondendo ao pai, disse-lhe: 'Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos; e agora, ao chegar esse teu filho, que gastou os teus bens com meretrizes, mataste-lhe o vitelo gordo.' O pai respondeu-lhe: 'Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi encontrado.'»


Da Bíblia Sagrada



Comentário ao Evangelho do dia feito por :

Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI]
Retiro pregado no Vaticano, 1983

«Um homem tinha dois filhos»


Meditando nesta parábola, não se deve esquecer a figura do filho mais velho. Num certo sentido, ele não é menos importante que o mais novo, a ponto de esta história poder ter também o título, que talvez fosse mais adequado, de parábola dos dois irmãos. Com a figura dos dois irmãos, o texto situa-se no coração de uma longa história bíblica, começada com a história de Caim e Abel, retomada com os irmãos Isaac e Ismael, Jacob e Esaú, e interpretada em diferentes parábolas de Jesus. Na pregação de Jesus, as figuras dos dois irmãos reflectem sobretudo o problema da relação Israel-Pagãos. [...] Ao descobrir que os pagãos são chamados sem estarem submetidos às obrigações da Lei, Israel exprime a sua amargura: «Há já tantos anos que te sirvo sem nunca transgredir uma ordem tua.» Com as palavras: «Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu», a misericórdia de Deus convida Israel a festejar.

Mas o significado deste irmão mais velho é ainda mais abrangente. Em certo sentido, ele representa o homem devoto, ou seja todos os que permaneceram com o Pai sem desobedecer às suas ordens. O momento do regresso do pecador desperta o ciúme, esse veneno até então oculto no fundo da sua alma. Por quê este ciúme? Ele mostra que muito «devotos» também escondem no seu coração o desejo do país longínquo e das suas seduções. A inveja revela que estas pessoas não compreenderam realmente a beleza da pátria, a felicidade de «tudo o que é meu é teu», a liberdade de ser filho e proprietário. Assim, parece que também elas desejam secretamente a felicidade do país longínquo. [...] E, no fim, não entram na festa; no fim, permanecem de fora. [...]

A figura do irmão mais velho obriga-nos a um exame de consciência; esta figura permite-nos compreender a reinterpretação dos dez mandamentos que é feita no Sermão da Montanha (Mt 5,28). Não é não somente o adultério exterior, mas também o interior que nos afasta de Deus: é possível permanecer em casa e ao mesmo tempo partir. Deste modo, devemos também compreender a «abundância», a estrutura da justiça cristã: ela traduz-se por um «não» à inveja e um «sim» à misericórdia divina.





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